sexta-feira, 12 de junho de 2015

Viação Itapemirim deixará de existir

   Após meses de recesso do Fatos Gerais, eis que nós voltamos novamente. Nossas postagens a partir de hoje voltarão a ser semanais. Vamos trazer novidades e também comentar e postar sobre eventos e acontecimentos que ocorreram enquanto o Fatos Gerais esteve de recesso.
     E o nosso retorno começa com uma noticia triste. A histórica Viação Itapemirim está deixando de existir e dentro de dois anos poderá desaparecer. Este é o capítulo final e melâncólico de uma empresa que foi importante na história dos transportes do país, do qual foi a maior transportadora do setor e a mais conhecida e respeitada. A Itapemirim passava por uma crise administrativa e financeira ha anos. Perdeu linhas, passageiros para outros concorrentes no seguimento rodoviário e sobretudo o seguimento aéreo, extinguiu com seu setor de transportes de cargas e se desfez da Viação Nossa Senhora da Penha, ou seja, ela foi se desfazendo aos poucos.
     A situação da Itapemirim é muito triste para o passado glorioso que teve, onde ela não apenas transportou como também fabricou carrocerias e até chassis. Até fabrica de caminhões a Itapemirim quase constituiu. E para quem não sabe, até no setor ferroviário ela teve atuação, onde administrava junto com a RFFSA os trens Santa-Cruz (Rio - SP) e Vera Cruz (Rio - BH). Foi uma empresa inovadora, brilhante e que ligava o país inteiro, chegando a lugares onde o trem, avião e até mesmo automóveis não chegavam.
    No site www.lexicarbrasil.com.br/itapemirim/ conta sua brilhante história na fabricação de onibus e veículos. Nós também temos fotos de um Tribus, onibus fabricado pela Itamirim, monobloco que será o tema da nossa próxima postagem.
    Segundo o blog Ponto de Onibus, do jornalista Adamo Bazani, a viação Kaissara ficará com a maior parte dos ativos da Itapemirim, incluindo a garagem, sede, frota e funcionários. Com isto se encerra a carreira gloriosa daquela que foi uma das mais importantes empresas de transportes do país, assim como foi a Varig, Transbrasil e Panair no setor aeréo e a RFFSA ,FEPASA no setor ferroviário e sua ex-concorrente direta, a viação Cometa.

EXCLUSIVO: Diretor da Kaissara fala da transferência das linhas da Itapemirim e dos planos da nova empresa

ônibus Kaissara
Ônibus com o layout da Viação Kaissara, bem semelhante ao padrão da Viação Itapemirim. Empresa assumiu linhas de grande demanda e possui estratégias para ampliar atuação, inclusive com parcerias operacionais com outras companhias de ônibus. Divulgação – Kaissara
ENTREVISTA: Diretor da Kaissara explica planos da empresa e transferência de linhas da Itapemirim
Companhia de ônibus opera 68 linhas, algumas de destaque como em São Paulo, Minas Gerais, Curitiba e Rio de Janeiro e promete investir em fidelização dos passageiros
ADAMO BAZANI – CBN
Desde o último dia 04 de junho de 2015, a Viação Kaissara assumiu 68 linhas interestaduais da Viação Itapemirim, uma das maiores empresas de transportes do País com sede no Espírito Santo.
Muitas destas linhas de destaque e consideradas de maior demanda de passageiros, como São Paulo / Rio de Janeiro, São Paulo / Rio de Janeiro (via ABC Paulista), São Paulo / Curitiba, Rio de Janeiro / Curitiba, Salvador/ Rio de Janeiro, Brasília / Belo Horizonte, Rio de Janeiro / Curitiba.
A notícia da transferência das linhas chamou a atenção do mercado e gerou especulações sobre como ocorreu esta mudança e sobre os novos controladores da Kaissara.
Na manhã desta sexta-feira, 12 de junho de 2015, o diretor de operações da Kaissara, Fernando Santos, conversou por telefone com a reportagem do Blog Ponto de Ônibussobre a transferência não apenas das linhas, mas de frota, estrutura operacional e trabalhadores que eram da Itapemirim. Também falou sobre os planos da companhia, como a criação de medidas para fidelização dos passageiros.
À frente da Kaissara, como gestores, estão Fernando Santos, que atuou em diversas empresas de transportes de carga e passageiros, a mais recente foi a própria Itapemirim, e a Marcos Correia, que cuida das questões financeiras, jurídicas e fiscais.
Por questão de estratégia de comunicação, a relação oficial dos empresários que controlam a companhia será divulgada em breve pela Kaissara.
A TRANSFERÊNCIA:
Fernando Santos disse que a Kaissara pertencia a empresários locais do Espírito Santo e que a empresa tinha um acordo de operação com a Itapemirim, mas nunca pertenceu integralmente à companhia fundada por Camilo Cola.
A transferência das linhas começou a ser concretizada no início deste ano.
“Houve uma relação comercial, adquirirmos linhas, estrutura como guichês e postos de apoio, absorvemos os funcionários e a assumimos a frota que era usada pela Itapemirim nestas linhas. Por questões estratégicas não vamos falar dos valores envolvidos, mas como toda a transição, as coisas ocorrem em etapas. A mais recente foi a resolução da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) que autorizou as operações” – disse Fernando Santos.
PARCERIAS COM OUTRAS EMPRESAS, FROTA, PINTURA E NOVA GARAGEM:
O período de transição ainda continua. Além de estruturas operacionais ao longo das estradas e de mercado quanto às vendas de passagens, a Kaissara pretende ampliar o leque de operações. Para isso deve firmar parcerias com empresas de ônibus de várias regiões do país usando estruturas e complementando serviços, entre estas companhias, por exemplo, estão a Viação Ouro e Prata, do Rio Grande do Sul, e a Rio Doce, de Minas Gerais.
Atualmente, a empresa usa a garagem que continua com a Itapemirim, em Guarulhos, na Grande São Paulo, mas futuramente deve ter uma sede própria na Capital Paulista ou na Região Metropolitana.
A Kaissara também vai continuar pelo menos nos próximos três anos, com o leasing operacional dos ônibus que pertencem ao Grupo JSL (Júlio Simões Logística), de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.
Fernando Santos nega, no entanto, que o Grupo JSL tenha participação societária na Kaissara.
“Após expirado leasing, verificaremos se é vantajoso continuar este modelo ou adquirir frota própria. Tudo vai depender do mercado” – disse Fernando Santos, diretor da Kaissara.
A pintura dos ônibus hoje operados pela empresa é bem semelhante a da antecessora Itapemirim. Segundo Fernando Santos isso ocorre por questões de custos, de tempo (não seria possível alterar toda a frota que veio da Itapemirim) e para minimizar os impactos para os passageiros acostumados com o “amarelo” da empresa fundada por Camilo Cola.
“Mas vamos consultar os busólogos (admiradores de ônibus), através até de concursos, para sugestões de novos layouts. Neste momento é estratégico manter a pintura semelhante, mas futuramente pode ser estratégico mudar” – informa Fernando Santos.
CONCESSÃO DA ANTT:
O negócio ocorre às vésperas de a ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres iniciar o processo de concessão de quase 2 mil linhas interestaduais e internacionais em todo o País. A licitação destas linhas, que hoje são operadas por concessões precárias e provisórias, deveria ocorrer em 2008, para seguir o que determina Constituição de 1988 e a Lei de Licitações 8.666/93 sobre serviços de caráter público prestado por empresas privadas. Mas desde 2008, empresas de ônibus e governo federal travaram uma grande queda de braço. As companhias venceram. Elas não aceitavam o modelo da ANTT que dividia o sistema em 54 lotes dentro de 16 grupos por alegarem que a nova estrutura romperia um desenho operacional feito pelo mercado ao longo de 70 anos. Número de frota para os serviços e a taxa de ocupação dos ônibus também eram pontos de divergência entre o governo federal e as empresas.
A ANTT também havia proposto um modelo de subsídios cruzados, pelo qual, a empresa que assumisse uma linha lucrativa teria de operar um serviço que desse menos retorno, mas que tivesse importância social e de integração regional.
A ANTT agora não vai licitar lotes. A concessão será por linhas, semelhante ao que ocorre no mercado da aviação civil.
“Já fizemos um estudo preliminar quanto a este novo marco regulatório e estamos prontos para quando ele entrar em prática” – garante Fernando Santos.
O intuito é ganhar a concessão dos atuais 68 trajetos quando houver o processo da ANTT.  Não estão descartados novos itinerários.
FIDELIZAÇÃO DE PASSAGEIROS:
O mercado de transporte rodoviário de média e longa distância está cada vez mais competitivo. A redução dos valores das passagens de aviões ao longo dos últimos 14 anos, o transporte clandestino por ônibus ilegais e um número maior de pessoas com veículos próprios fazem com que as empresas revejam as estratégias de atuação.
Para Fernando Santos, o principal caminho é “fidelizar” o passageiro.
“Vamos investir numa empresa humanizada, próxima das pessoas, da comunidade. As paradas ao longo dos trajetos vão ter novas parcerias, com estabelecimentos que ofereçam maior conforto. Ampliaremos salas VIP e criaremos programas de fidelidade de acordo com o uso das linhas oferecendo descontos, por exemplo” – complementa Fernando Santos.
A tecnologia, tanto em prol do passageiro com possibilidade de compras de bilhetes em mais espaços virtuais, como para o acompanhamento dos ônibus ao longo das linhas, é outra peça que a Kaissara promete mover bem no tabuleiro de xadrez do mercado rodoviário.
A relação das linhas operadas pela Kaissara, pela Resolução 4662/15 ANTT  você confere neste link:
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
Fonte:https://blogpontodeonibus.wordpress.com/2015/06/12/exclusivo-diretor-da-kaissara-itapemirim-adamo/

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Sobre as fortes ondas de calor que atingem o Rio e o Brasil



    Desde o começo de dezembro de 2014 não ha chuvas fortes ou temporais no Rio de Janeiro. Para não dizer que não houve chuva, ocorreu um em Bangu com um vento que parecia um furacão nos últimos dias do ano passado. Após isso não choveu mais.
     O maior temor que se tem é que ocorra o que aconteceu no ano passado, onde um forte bloqueio de uma massa de anti ciclone chamada de Alta Subtropical Atlântico Sul bloqueou as frentes frias na maior parte do Brasil do dia 25/12/13 a meados de março do ano passado. A versão do ASAS do ano passado era mais forte e mais densa que a desse ano. Tão densa que causou seca e quase esvaziamento dos reservatórios de água em boa parte do país, sobretudo em São Paulo e no Rio. Em função disso, São Paulo está em estado pré racionamento de água e o Rio de Janeiro não escapará disso também. Tal seca foi tão prejudicial que reduziu a quantidade de água em Itaipú e causou a seca das nascentes do Rio São Francisco. Isso impactou na geração de energia elétrica, o que obrigou o governo e as distribuidoras de energia elétrica a recorrerem a termoelétricas, encarecendo o custo de geração de energia e poluindo o meio ambiente. Tal medida está promovendo o encarecimento das contas de luz junto com as medidas populistas equivocadas que o governo adotou nesse setor em 2012.
     Esse ano a força do ASAS será menor do que a do ano passado, mas menos devastador como do ano passado. Ele não será um muro como foi no ano passado, mas irá ir e voltar e nessas idas e volta, bloqueará a maior parte das frentes frias.
     Vale lembrar que o ASAS está sempre presente na boa parte do continente sul americano, mas nunca foi tão forte como nos outros anos. O que tem feito o ASAS ser tão forte e intenso do que os outros anos? Três são as principais causas: poluição e devastação do meio ambiente, El-niño e as aguas a região do Atlântico Equatorial que estão frias e não vaporizam. A poluição do ar com geração de metano e gas carbônico e a devastação de floresta não apenas na Amazônia, mas nas regiões de mata atlântica, faz com que o calor se torne cada vez mais intenso. No caso das regiões de mata atlântica o efeito da devastação dessas matas é tão direta e nociva que causa o aumento do calor nas regiões urbanas, redução da umidade do ar e muita seca. Isso sem contar o desmatamento das matas ciliares, que são as matas que ficam na beiras dos rios e que com sua devastação faz com que as vazão dos rios diminua drásticamente, uma vez que não há retenção de agua no entorno dos rios. Sobre o El-niño, ele causa exatamente o que estamos vendo e sentindo, que é o fortalecimento do ASAS e o esfriamento do Atlântico Central. Ele também é o responsável pelas ondas de calor na Austrália. Sobre o resfriamento do Atlântico Central, este é causado diretamente pelo El-niño. No verão essa região deveria está quente como toda região do hemisfério sul da Terra em função do solstício dessa estação onde essa parte fica mais voltada para luz do sol, e que em função disso há uma vaporização de aguas da mesma e que são direcionadas ao sul, formando os chamados rios voadores. Por causa do El-niño isso não aconteceu e no ano passado não se formou estes rios voadores. Esse ano o El-niño perdeu um pouco dessa intensidade, o que possibilitou ter um pouco de rios voadores e o ASAS menos intenso e variável.

    
    Ha alguma coisa que possa ser feito para mudar esse quadro e ter essas chuvas de verão de volta fazendo com que as estações do ano fiquem do jeito certo como nos outros anos? De princípio nada de imediato. Uma que pode ser feito é o reflorestamento de áreas desmatadas e a punição severa de desmatadores, outra e a mudança de modais de transportes como o ferroviário e o hidroviário (em áreas que o El-niño não causou estrago) e o investimento em geração de energia limpa. Uma mais imediata seria o uso da geoengenharia para geração forçada de chuva, porém este nem sempre é eficaz, sobretudo se o clima tiver muito seco e dependendo do método de geração de chuvas feito pela geoengenharia, este poderia causar mais estragos do que benefícios, pois alguns métodos causariam a poluição dos solos, mananciais e lençois freáticos. E a terceira é esperar, pois o El-niño é cíclico, ou seja, ele fica um tempo e depois desaparece e ai o clima e as estações do ano voltam ao normal. No caso do El-niño ele dura em torno de 18 meses, logo é muito provável que se 2015 for igual a 2014, 2016 será um ano extremamente chuvoso e até mesmo frio por conta do fim de ciclo do El-niño.
     Diante desse cenário cabe a nós esperarmos e pedir muito a Deus e aos astros que mudem este cenário, que encerrem logo o El-niño e venha logo as chuvas e o refresco. Tirando isso, caberá a nós esperar 2016 para ver as chuvas, pois nesse ano elas voltarão com força total. E por fim, que isso serva de alerta a sociedade e as elites dirigentes desse país, que tomem atitudes e medidas preventivas e corretivas de forma a diminuir o efeito das estiagens em relação ao abasteceimento de agua e geração de energia, e que estes estejam preparados para quando a chuva voltar, pois quando o El-niño acabar, elas virão com força total e serão tão ou mais impiedosa que nos anos anteriores. No caso do Rio, essas chuvas em ano de olimpíada seriam um desastre total. Logo algo deveria ser feito para ontem e cabe a nós como sociedade civil cobrar deles e de forma incisiva, sistemática e contínua. Não podemos ficar passivos a isso de maneira nenhuma, pois seremos os mais prejudicados diretamente. Fica então o aviso do das consequencias do El-ñino e o que se pode fazer ainda a tempo. Veja abaixo as explicações da metereologista do Clima Tempo, Josélia Pegorin e da metereologista Patricia Madeira



sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Feliz 2015 repleto de alegrias e realizações

    


      O Fatos Gerais deseja a todos um 2015 atrasado, porém com muitas realizações, tanto para nós deste portal e para vocês, nossos queridos leitores. Em 2015 o Fatos Gerais retomará as postagens semanais e virá com novidades. Um grande abraço a todos e até a próxima!

Equipe Fatos Gerais