quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Morte de Eduardo Campos faz rever corrida eleitoral para a Presidência


O falecimento, num desastre aéreo, do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que seria candidato pelo PSB para a Presidência da República, faz com que se reveja completamente a corrida eleitoral para o comando do Poder Executivo federal.

Considerado uma "terceira via", Eduardo Campos era considerado uma opção para a polaridade política do PT e do PSDB, e fazia o estilo do político moderado com alguma vocação para ações modernizantes.

Sem levar aqui em conta as questões ideológicas ou partidárias, a pessoa de Eduardo Campos seria uma expressão, se não do novo, mas pelo menos de algo diferente do pragmatismo já rotineiro dos outros dois partidos.

Com Eduardo, a política eleitoral tinha um esboço de alguma diversidade, já que não seria conveniente que o Brasil reproduza a polaridade que existe nos EUA entre o Partido Republicano (conservador) e o Partido Democrata (liberal), respectivamente com o PSDB e com o PT.

Não se está aqui, neste texto, dizendo se o PT vale mais a pena ou o PSDB. O texto aqui não passa por julgamentos sobre quem é o melhor candidato. O que se quer dizer é que, com Campos, havia o estímulo de ampliação do debate político para além de dois partidos.

Com o falecimento duplamente prematuro de Eduardo, primeiro em relação à idade, segundo em relação a uma campanha praticamente natimorta, a corrida eleitoral terá que passar por uma reformulação, e o debate político terá que criar um outro contexto.

Não é fácil haver figuras como Eduardo Campos, dotado de uma razoável visão política, diante da supremacia de políticos abertamente fisiológicos que nem para criar discurso moderno conseguem fazer. Com sua morte, cria uma lacuna a ser dificilmente preenchida e que exigirá uma recomposição na corrida política.

O PSB tem até dez dias para escolher quem será o candidato no lugar de Campos. Marina Silva, que não é do partido, mas seria vice na chapa do falecido, não é unanimidade no PSB nem daqueles que com ela planejavam a Rede Sustentabilidade, partido que não foi ainda registrado no TSE. A dúvida é se a tragédia irá fortalecer ou não a polaridade entre PT e PSDB. Tudo ficou imprevisível.