A pintura padronizada nos ônibus está revelando uma medida bem mais
nociva do que sugere, para os passageiros comuns, quando empresas
cariocas como Auto Viação Tijuca e Real Auto Ônibus, ou City Rio
Turística e Rodoviária A. Matias, apresentam agora a mesma pintura.
Mais do que confundir passageiros de ônibus, a pintura padronizada
estaria servindo de "véu" para a corrupção que acontece no setor, e
cujas revelações dos bastidores mostram uma realidade gritante, em que
políticos, empresários de ônibus e até mesmo a "máfia das vans" se
beneficiam neste esquema corrupto.
Beneficiadas com a camuflagem da pintura padronizada, a cartelização das
empresas de ônibus era até anterior a isso. Mas se o sistema de ônibus
antes de 2010 não demonstrava muita transparência e apresentava
irregularidades, ela se tornou cada vez mais grave sob esse "baile de
máscaras" imposto sem consulta pública pelo prefeito carioca Eduardo
Paes.
Eduardo Paes, ele mesmo, é casado com a filha de um dos barões dos
ônibus do Grande Rio. Além disso, Sérgio Cabral Filho também tem
alianças com empresários de ônibus e a corrupção do sistema em todo o
Estado do Rio de Janeiro se agrava quando o "véu" da pintura padronizada
torna pior o que está ruim, onde o logotipo de cada prefeitura camufla a
empresa de ônibus irregular.
A formação dos cartéis de empresários de ônibus, a "máfia das vans", as
irregularidades nas documentações dos ônibus, o troca-troca de empresas
por debaixo da pintura padronizada - a linha 673 Méier / Lucas foi um
caso recente de linha, e a Viação Saens Peña de mudança de nome, virando
Viação N. Sra. das Graças - e até mesmo irregularidades do DETRO
mostram que o sistema de ônibus fluminense trafega num mar de lama.
Existe até mesmo a briga da Transportes Paranapuan - dona de um dos ônibus que caiu no Viaduto Brigadeiro Trompowsky, em Bonsucesso, matando nove pessoas - com o consórcio Internorte, o qual integra, tempera essa situação escandalosa que deixa os passageiros de ônibus completamente inseguros.
Muitos sentem saudades de outros tempos em que o sistema de ônibus do Rio de Janeiro pode não ter sido a perfeição sobre rodas, mas pelo menos tinha qualidades de sobra para ser, então, uma referência de transporte coletivo para o país.
Hoje, a coisa é extremamente contrária, sendo o sistema de ônibus fluminense um dos mais vergonhosos do país. Juntamente com Curitiba, São Paulo e outras cidades que apostam nesse "baile de máscaras" que encobre toda falcatrua que está por trás dos ônibus que o povo pega.
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