Várias delas compareceram na última segunda-feira no Palácio Guanabara, com seus falsos sorrisos e seus discursos com slogans, clichês e jargões lulistas, tentando pegar carona no discurso do Papa Francisco, durante a recepção ao pontífice. Só que, minutos antes, o bispo de Roma ficou preso num dos costumeiros engarrafamentos da Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, incidente este provocado por interdições de ruas do centro da cidade e por erro de trajeto da comitiva da Polícia Federal que escoltava o Papa. Ainda naquela tarde de segunda-feira, representantes da Polícia Federal e o Secretário Municipal de Transportes trocaram acusações sobre o incidente.
Pra começar a JMJ com o toque inconfundível das otoridades brasileiras, o Metrô parou ontem à tarde por duas horas, com falta de energia. Bem na hora do deslocamento de peregrinos para a missa de abertura da Jornada, marcada para 19h na Praia de Copacabana. O Metrô carioca foi privatizado por Marcello Alencar nos anos 90 e desde então vem piorando com a falta de zelo dos desgovernadores do Estado e da agência estadual de transportes públicos (em minúsculas, mesmo) criada pra deixar tudo ao bel prazer dos concessionários. O Metrô alega que houve rompimento de um cabo de energia, obrigando a equipe de manutenção a parar o sistema todo (apenas duas linhas, em um ridículo esquema em Y) para fazer o concerto emergencialmente. O resultado é que milhares de peregrinos que desconhecem a cidade (muitos vindos de cidades distantes ou de outros países) se viram em trens e estações de metrô às escuras, foram colocados para fora e se viram obrigados a procurar aquelas caixas de remédio sobre rodas chamadas de ônibus municipais, alguns superlotados (nem aceitavam mais passageiros, de tão cheios). Muitos peregrinos estavam visivelmente desorientados, embora ainda estivessem animados e confiantes com a Jornada em si. Alguns peregrinos que desembarcaram na estação de metrô de Botafogo perguntavam a moradores do bairro como chegar a pé em Copacabana, onde passageiros que queriam sair do bairro andavam a pé da estação Siqueira Campos até a estação Cardeal Arcoverde, na esperança de que esta estivesse aberta. Em vão. No Rio de Janeiro de Cabral Filho, até quem não é católico é obrigado a peregrinar. Nem que seja de uma estação de metrô a outra.
Falando no homem, já passou da hora do governador renunciar ao cargo e catar algo que preste para fazer. Só não vale fazer o que fazia antes, nos tempos de deputado e senador: botar os velhinhos para dançar enquanto apoia alguma outra Deforma da Previdência.
As otoridades se comprometeram em 2011 a colocar uma infraestrutura na cidade que não comprometesse a estada de inúmeros peregrinos do Brasil e do exterior e nem a vida dos habitantes locais da cidade, fossem católicos ou não. Aconteceu o que se esperava: estão gastando montanhas de dinheiro com resultados pra lá de duvidosos. Torrar dinheiro esses caras sabem. Falta investir direito.
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