domingo, 28 de julho de 2013

"Obrigado Francisco". Foi o pastor Zé Bruno quem escreveu

Zé Bruno
Os canais e programas de TV ditos evangélicos chegaram ao fundo do poço. Ali se prega tudo. Menos o Evangelho. Os pastores que pregam nesses programas não representam os evangélicos de verdade. Muito menos representam pastores no sentido pleno, como Zé Bruno. Foi o que o pastor da Casa da Rocha e vocalista e letrista do Resgate deixou transparecer sábado passado, enquanto comparava um programa de TV dito evangélico com as transmissões da Jornada Mundial da Juventude:

27 jul 13

Hoje na TV: Enquanto num canal um pastor vendia um lenço do milagre, em outro, o Papa pregava sobre a cruz de Cristo. Obrigado Francisco...

27 jul 13

Tem alguém evangelizando na TV brasileira.

Não sei se Zé Bruno queria reconhecer como verdadeiramente cristã a pregação do Papa Francisco ou se queria apenas zoar a pregação falsa dos pastores que viu na TV. De qualquer forma, Zé Bruno fez um diagnóstico contundente sobre a baixeza da pregação evangélica oferecida hoje em dia na TV brasileira.

O próprio Zé Bruno já pregou bastante numa emissora de TV paulistana e também no rádio. Eu mesmo ouvi vários cultos dele através de uma FM carioca. Mas o pastor sempre preferiu pregar um Evangelho autêntico, mesmo ainda estando numa dessas igrejolas pós-pentecostais. Depois que ele criou uma denominação com forte influência batista (A Casa da Rocha), nunca mais uma emissora transmitiu seus cultos e pregações. Sua banda aparece eventualmente em alguma emissora, inclusive em programas de auditório. Exceto naquelas emissoras vinculadas a aquela igreja pós-pentecostal onde Zé Bruno chegou a ser bispo.

Zé Bruno ainda levará muito desaforo dos fariseus, por conta de algumas coisas que conta sobre o meio evangélico. Tomara que ele persevere nessa postura.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Mar de lama da política brasileira obriga organizadores da JMJ a transferir eventos para Copacabana

A raiz de todos os males está dois anos atrás, quando a organização da Jornada Mundial da Juventude propôs que a vigília de sábado e a missa de domingo fossem feitas no Aterro do Flamengo, o que foi vetado pela gestão do prefeito Eduardo Paes, depois das reclamações de moradores da zona sul a respeito de megaeventos evangélicos acontecidos no mesmo local. A Prefeitura ofereceu cinco outros lugares. Até uma base aérea da Aeronáutica foi oferecida. Mas o local oferecido pela gestão municipal e aceito pela equipe organizadora da Jornada foi um terreno em Guaratiba, onde cabem 2 milhões de pessoas, maior que o Aterro do Flamengo e 3 vezes maior que o Vaticano. O terreno fica praticamente no extremo oeste da cidade, bem longe do centro do Rio de Janeiro e das zonas sul e norte. O terreno, segundo dizem, pertence a proprietários de empresas integrantes de consórcios que operam as linhas de ônibus municipais da cidade.

O resultado dessa operação desastrada está em vários lugares da imprensa e da Internet. Inclusive no Ucho. A chuva que atinge a cidade desde segunda-feira transformou o terreno de Guaratiba num pantanoso lamaçal. Segundo relatos, até jacarés foram encontrados ontem por lá. O prefeito Eduardo Paes se viu obrigado a permitir que os organizadores transferissem o evento para qualquer outro lugar. Para os organizadores, liderados por Dom Orani Tempesta, não restou outra solução que não fosse transferir a vigília e a missa para o mesmo local da missa de abertura de terça, a acolhida ao Papa de ontem e a Via Sacra de hoje: a Praia de Copacabana.

A Prefeitura bancou obras no entorno do terreno em Guaratiba e, segundo dizem, a terraplanagem e a contratação de equipes de saúde de plantão. O Exército ficaria com a segurança do Papa e dos demais peregrinos. Todo o restante (palco, som, iluminação, banheiros, tendas, etc) saiu do caixa do instituto que banca a Jornada. A maior parte do orçamento do instituto (R$ 350 milhões, bancados basicamente com doações e patrocínios privados variados, como do Bradesco) está lá agora, no lamaçal. A esta lambança em Guaratiba, some-se o incidente com a escolta do Papa na avenida Presidente Vargas e a paralisação do Metrô na terça-feira, já descritas neste blogue. É uma lambança atrás da outra.

Eu sempre desconfiei dessa corja da política nacional bajulando o Papa e o episcopado, ao mesmo tempo em que despreza os fiéis católicos ("joguem aqueles carolas lá em Guaratiba") mas se interessando, obviamente, nos seus votos. Agora essa corja está provocando um prejuízo monumental para o instituto Jornada Mundial da Juventude, que se soma aos gastos da Prefeitura e ao prejuízo da imagem da cidade nos cenários nacional e internacional. Mas o dinheiro e a cidade não são deles... Estão pouco se lixando.

E ainda querem sediar Copa e Olim Piada nesta cidade. Se a JMJ está sendo um teste para a cidade, o estado e o país, as otoridades fracassaram.

"Sempre ouvi dizer que o carioca não gosta de frio e de chuva. A fé de vocês é mais forte que o frio e a chuva. Parabéns!" (Papa Francisco)

Pelo menos os cariocas (e, por tabela, os peregrinos) são guerreiros, como bem disse ontem Papa Francisco. Pelo menos o povo católico tem Dom Orani para os livrar do lamaçal literal de Guaratiba. Só falta a população (católica ou não) se livrar do lamaçal político.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

As presepadas tem seus dias contados

Resposta para Adriana Filgueira:

Acredito que o professor (ex-frei) Leonardo Boff discorda de alguns argumentos trazidos aqui pelos colegas debatedores. Olha que nem sou adepto do Boff. Mas reconheço a importância de seus pronunciamentos.

Há mudanças acontecendo no âmbito interno da Igreja, mesmo na Arquidiocese do Rio. Até o Dom Orani está indo num caminho contrário ao dos antecessores Dom Eugenio e Dom Eusébio, assim como Francisco age diferente de Paulo VI, de João Paulo II e de Bento XVI. Este ano não acabará sem que Dom Orani chegue ao cardinalato.

As presepadas tem seus dias contados. Algumas presepadas só continuarão em nichos específicos, como a RCC. O que ainda acontece de montão por aí são resquícios dos pontificados e governos arquidiocesanos anteriores.

Se os globais e os políticos brasileiros não mudam, é porque em geral são (neo)liberais em todos os sentidos. Suas crenças, ideias e ações diferem muito do que deveria ser o de um católico.

No mais, concordo no que tange à RCC. Aquilo é mais protestantismo pentecostal dentro da Igreja Católica que qualquer outra coisa. É vale tudo, mesmo. Até sertanejo universitário tem lá dentro.

E, realmente, os políticos brasileiros sabem torrar dinheiro. O seu, o meu, o nosso dinheiro.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

'Otoridades' fazem de tudo para comprometer Jornada Mundial da Juventude

Várias delas compareceram na última segunda-feira no Palácio Guanabara, com seus falsos sorrisos e seus discursos com slogans, clichês e jargões lulistas, tentando pegar carona no discurso do Papa Francisco, durante a recepção ao pontífice. Só que, minutos antes, o bispo de Roma ficou preso num dos costumeiros engarrafamentos da Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, incidente este provocado por interdições de ruas do centro da cidade e por erro de trajeto da comitiva da Polícia Federal que escoltava o Papa. Ainda naquela tarde de segunda-feira, representantes da Polícia Federal e o Secretário Municipal de Transportes trocaram acusações sobre o incidente.

Pra começar a JMJ com o toque inconfundível das otoridades brasileiras, o Metrô parou ontem à tarde por duas horas, com falta de energia. Bem na hora do deslocamento de peregrinos para a missa de abertura da Jornada, marcada para 19h na Praia de Copacabana. O Metrô carioca foi privatizado por Marcello Alencar nos anos 90 e desde então vem piorando com a falta de zelo dos desgovernadores do Estado e da agência estadual de transportes públicos (em minúsculas, mesmo) criada pra deixar tudo ao bel prazer dos concessionários. O Metrô alega que houve rompimento de um cabo de energia, obrigando a equipe de manutenção a parar o sistema todo (apenas duas linhas, em um ridículo esquema em Y) para fazer o concerto emergencialmente. O resultado é que milhares de peregrinos que desconhecem a cidade (muitos vindos de cidades distantes ou de outros países) se viram em trens e estações de metrô às escuras, foram colocados para fora e se viram obrigados a procurar aquelas caixas de remédio sobre rodas chamadas de ônibus municipais, alguns superlotados (nem aceitavam mais passageiros, de tão cheios). Muitos peregrinos estavam visivelmente desorientados, embora ainda estivessem animados e confiantes com a Jornada em si. Alguns peregrinos que desembarcaram na estação de metrô de Botafogo perguntavam a moradores do bairro como chegar a pé em Copacabana, onde passageiros que queriam sair do bairro andavam a pé da estação Siqueira Campos até a estação Cardeal Arcoverde, na esperança de que esta estivesse aberta. Em vão. No Rio de Janeiro de Cabral Filho, até quem não é católico é obrigado a peregrinar. Nem que seja de uma estação de metrô a outra.

Falando no homem, já passou da hora do governador renunciar ao cargo e catar algo que preste para fazer. Só não vale fazer o que fazia antes, nos tempos de deputado e senador: botar os velhinhos para dançar enquanto apoia alguma outra Deforma da Previdência.

As otoridades se comprometeram em 2011 a colocar uma infraestrutura na cidade que não comprometesse a estada de inúmeros peregrinos do Brasil e do exterior e nem a vida dos habitantes locais da cidade, fossem católicos ou não. Aconteceu o que se esperava: estão gastando montanhas de dinheiro com resultados pra lá de duvidosos. Torrar dinheiro esses caras sabem. Falta investir direito.

terça-feira, 23 de julho de 2013

General Enxaqueca ignorava dilemas éticos


A Warner continua sua sanha de fazer filmes-pipoca parecerem filmes sérios. Conseguiram um resultado satisfatório em Batman Begins, um resultado pleno em The Dark Knight e fracassaram em The Dark Knight Rises. Depois dessa trilogia, o famoso estúdio americano lançou há mais de um mês o filme O Homem de Aço, que recomeça a história do Superman nos cinemas. Aliás, esse foi o primeiro filme que vi no cinema literalmente com um pacote de pipoca depois de dez anos. Porque o filme anterior que vi da mesma maneira foi Matrix Reloaded, coincidentemente outro filme da Warner.

Não pretendo me estender muito nos mesmos comentários que os críticos de cinema já fizeram a respeito desse O Homem de Aço. Apenas deixo algumas anotações. O filme é absurdamente barulhento (os efeitos sonoros são altos demais e o antagonista General Zod parece o Garoto Enxaqueca: passa o filme todo berrando ou falando de maneira ríspida), as cenas de destruição em Metrópolis são descaradamente um plágio da destruição dos filmes dos Transformers e o roteiro tem uma grande quantidade de furos. A explicação "científica" para os superpoderes do Superman continua tão esdrúxula quanto nas versões anteriores do personagem.

Em relação ao que já foi escrito pelos críticos, compartinho de apenas um ponto positivo: Krypton (planeta natal do Superman) ficou com a cara do Universo Star Wars. Eu sou fã declarado de Star Wars. Mais uma semelhança: O Homem de Aço também apresenta intrigas políticas em um planeta de outra galáxia.

Aqui neste texto, meu objetivo final é deixar algumas impressões de um personagem que os críticos de cinema pouco estão comentando. Exatamente o antagonista do filme: o General Zod, outro kryptoniano. Ele era o general responsável pela segurança de Krypton. Neste filme, ele descobre que os governantes do planeta (que, ao que tudo indica, tem um regime parlamentarista) autorizaram irresponsavelmente a exploração da energia do núcleo do planeta. A operação se tornou um desastre fatal. O núcleo se tornou instável, e a explosão do núcleo e de todo o resto do planeta se tornou uma questão de horas. Tal como vários generais da história aqui da Terra, Zod decidiu usar os erros dos governantes como pretexto para dar um golpe de Estado. Neste filme, o objetivo de Zod é depor o conselho que governa Krypton antes da explosão do planeta. Mas como o mundo deles se autodestruiria, Zod pretendia pegar a matriz genética de todos os habitantes kryptonianos e usar a engenharia genética para criar uma nova civilização da mesma raça, em outro planeta a ser ocupado por Zod e seus asseclas. Vale lembrar que, neste filme, os kryptonianos não se reproduziam naturalmente, pelo método sexuado. Os kryptonianos eram gerados pela engenharia genética e depois eram literalmente cultivados em úteros artificiais fora de qualquer corpo feminino. Kal-El (o futuro Superman) foi o primeiro kryptoniano concebido e gerado por seus pais pelos métodos naturais depois de centenas de anos. Zod e seus asseclas acabaram presos, depois que Zod mata Jor-El (cientista e pai de Kal), mas sem impedir que Kal fosse enviado ainda recém-nascido para a Terra, com a matriz genética dos habitantes de Krypton em suas células. Zod e seus asseclas são aprisionados na Zona Fantasma, e acabam escapando quando a onda da explosão de Krypton os alcança.

O general Zod tinha um sentido de absoluta falta de emoção (a não ser, no caso dele, o mau humor permanente) e raciocínio extremamente lógico e frio (já que os kryptonianos procuravam eliminar as emoções e exaltar a razão). Tudo isso aliado a uma total ausência de ética ou moral, inspirado na sua natureza militar de salvar seu povo passando por cima do que julgasse ser um inimigo ou obstáculo. O resultado é o protótipo perfeito de um político militarista: um antagonista que não enxerga nada além de seu objetivo idealista de salvar sua raça, mas sem se importar com mais nada, nem mesmo com outras vidas. Daí a decisão dele de utilizar as máquinas criogênicas das naves em que os prisioneiros estavam na Zona Fantasma para aproveitar a matriz genética dos kryptonianos do corpo de Kal-El (já que Zod pretendia mata-lo) pra gerar outra civilização kryptoniana no planeta Terra, mas antes tendo que usar as naves para terraformar o planeta, o que acabaria matando todos os terráqueos (provavelmente por hemorragia ou esmagamento, dada à nova biosfera e à força gravitacional diferente) e tornando o planeta habitável para kryptonianos geneticamente modificados. O holograma consciente de Jor-El chega a dizer a Zod que essa operação seria genocídio, mas Zod responde ironicamente, dizendo que estava tomando lições de moral com um fantasma.

Não pretendo contar aqui até que ponto Zod levou adiante seus planos de terraformação e de criação de uma nova civilização kryptiniana. Prefiro deixar para os leitores conferirem por si mesmos. Mas não deixem de prestar atenção nesse personagem, cujos dilemas foram baseados em dilemas que a humanidade terráquea deverá ter. O planeta Terra será inabitável daqui a milhares ou milhões de anos. Até lá, a humanidade terá que decidir como se transferir para outros planetas. A questão da terraformação (se é que isso será viável) se tornará um dilema ético se a ideia for praticada num planeta que já tiver vida orgânica, e mais ainda se tiver vida inteligente.

O PiG de Governista. No estado de São Paulo

Resposta para Blog do Mello publicada no Facebook:

Tem gente que não acredita no PIG. Tem gente que não acredita que eles trabalhem em conjunto, na base do um por todos, todos por um. Vou falar exatamente pra esse pessoal.

Vocês leram reportagem da IstoÉ desta semana em que a multinacional alemã Siemens confessa esquema de corrupção em São Paulo, que atravessa todos os governos tucanos, de Mauro Covas a Alckmin, passando por José Serra?

Já seria o caso de chamarmos o PiG de PiG com G de Governista, não é mesmo? Governista em relação ao governo paulista, que completará 20 anos no final de 2014.

De vez em quando, alguém sai da panela de apoio ao PSDB-SP. Como a IstoÉ, citada pelo Mello. Outros lhe ocupam o lugar, como a Carta Capital, que dedicou nesta semana só duas páginas ao assunto. E sem sequer uma chamadinha na capa.

Se pudesse, o Papa andaria só de ônibus, de metrô, de trem...

Parece que tem gente no Palácio do Planalto arrancando os cabelos devido aos esforços do Papa Francisco em diminuir o aparato de segurança que o governo brasileiro oferece para escolta-lo em sua visita ao país, a partir de hoje. O bispo de Roma recusou carros blindados e mandou tirar os vidros blindados dos papamóveis que foram despachados para o Brasil.

O curioso é que o governo brasileiro leva porrada de todos os lados, não importa o que faça ou deixe de fazer. Os caras merecem. São um bando de incompetentes, chefiados por uma presidenta incompetenta. Se os governantes fazem a segurança dos peregrinos da Jornada Mundial da Juventude (Papa incluído), aparece gente reclamando que estão gastando dinheiro público com um evento privado, blá blá blá. Os mesmos protestantes não cobram a retirada da Polícia Militar dos estádios privados que promovem eventos em que 22 homens brigam para colocar uma bolinha entre duas traves (grande definição de Marcelo Pereira para futebol). E reclamariam (com razão) se algum peregrino fosse vítima de algum incidente que gerasse mortos e feridos.

Os governantes brasileiros não deveriam estranhar a preferência do Papa Francisco pelo mínimo tolerável de simplicidade de qualquer coisa. Obviamente ele não dispensará totalmente a segurança dos guarda-costas vaticanos nem dos países que visitará. Se nem os supostamente simples líderes bolivarianos dispensam guarda-costas, não será o Papa que dispensará os seus. Se não fosse Papa, o cardeal Bergoglio ainda estaria fazendo o que fez a vida toda em Buenos Aires: pegaria o metrô para continuar encontrando as comunidades portenhas, a começar pelas mais carentes. Se fosse arcebispo do Rio de Janeiro, não conseguiria ir a todas as comunidades da cidade de metrô, ainda mais com esse metrô ridículo que temos aqui na terra de Malboro. Nem seria possível ir a todas as comunidades de trem. Teria que recorrer a esses ridículos ônibus sucateados pintados todos com o mesmo desenho de caixa de remédio. E teria que torcer para que algum engarrafamento não o prendesse por mais de duas horas no mesmo ônibus, impedindo-o de utilizar o Bilhete Único na segunda viagem.

Dentro do Vaticano até dá pra andar de ônibus. Logo depois do Conclave de 2013, o Papa pegou um, junto com alguns cardeais, ao invés de pegar um carro que estava disponível. Seria Francisco o Papa dos busólogos? E olha que conheço uns três busólogos!

Dá vontade de mostrar esta revista na cara de todos os esquerdistas do Brasil


Especialmente ateus, laicistas, abortistas, militantes e militontos em geral. Já li a matéria de capa desta semana da Carta Capital (revista lida por 171% da esquerda brasileira). A matéria tem exatamente o conteúdo anunciado na capa. Quem quiser conferir, confira por si mesmo. O Papa acaba de ganhar um excelente salvo conduto para sua viagem ao Brasil, marcada para amanhã.

O que tenho visto por aí é que, dentro da Igreja, Francisco consegue atrair a ira de vários infiéis: da esquerda católica a tradicionalistas, principalmente os sedevacantistas. A essas críticas se somam as de não católicos, da ultradireita à extrema esquerda. Sinal de que o Papa está no caminho certo. Poderíamos até sonhar com uma intervenção ou dissolução da CNBB, mas aí é sonhar demais. Se bem que vários papas bem diferentes de Francisco passaram sem agir proativamente nesse sentido, e o pontificado de Francisco só teve até agora uns 100 dias.

Um papa conservador em matéria de fé e moral e progressista em matéria de ética e questões seculares (tudo o mais que não envolva fé ou moral) só poderia atrair a ira da fauna e da flora mundial.

Mas há esquerdistas elogiando o recém-entronizado Papa. Até Leonardo Boff entrou na onda. Deixemos alguns esquerdistas festejarem o Papa Francisco, como o Boff e a Carta Capital. Deixemo-os se enganarem achando que o Papa é de esquerda. Aos poucos a Igreja tirará aquilo que nunca pertenceu à esquerda (muito menos à direita), mas nunca foi próprio da esquerda: a preocupação com as pessoas que vivem mais modestamente e a valorização de uma vida mais simples. Porque rigor a esquerda nunca se preocupou com os pobres. Só se interessa por seus votos, muitas vezes conquistados com medidas paliativas, igualzinho ao que faz um populista qualquer, seja de direita ou esquerda. O discurso e o gestual da esquerda é tudo empáfia. No fundo, o sonho de quase todo líder esquerdista é ter a mesma mordomia da burguesia, só que paga pelo Estado.

Vários infiéis da Igreja também não se preocuparam com os pobres, ao longo da história. Mas isso daria um blogue inteiro, não apenas uma postagem.

Esquerda brasileira: do "A luta continua, cumpanhêro!" ao "Eike lindo!"

Resposta para Leonardo Ivo:

Organização de Combate à Corrupção

O maior erro do nosso regime militar foi não ter criado uma subversão ideológica ao comunismo, não ter informado devidamente a todo o Brasil o que ele significa e como é devastador, hoje brasileiros não tem embargo de conhecimento algum sequer pra identificar estas ações comunistas, estas milícias e o que elas querem, que estão espalhadas em todo o Brasil.
Em quase toda Europa e nos EUA desde o início sempre foram feitas tais subversões, houve países em que chegaram a fazer cerimônias queimando a bandeira do comunismo em público e transmitindo para o país todo, a mesma bandeira que a CUT usa, que o MST usa, aquela da foice e martelo. Este foi o nosso erro, os militares confiaram demais no poder do Exército, que poderiam manter aquilo apenas a força e não na conscientização, no ensino, nas escolas, em todos os lugares, o resultado está aí, malditos como o Tancredo Neves entre outros políticos conseguiram enganar a todos. Estamos vivendo um passado que já morreu, não é a OCC que está no passado, é o Brasil que está, a América Latina que está, por acaso lembram do nome do partido comunista comandado por Lenin, Stalin e Trotsky? O nome era Social Democratas. Exatamente como o nosso PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), pra informação de muitos, o FHC sempre foi comunista, privatizar não torna um partido capitalista, é apenas um jogo para se manter no poder. O Lenin fez isto, tornou algumas propriedades privadas para que acalmasse a população por algum tempo e não a fizesse desistir da "revolução" que matou milhões de russos. O PSDB é o lado "intelectual" do comunismo no Brasil e o PT é o lado terrorista, aquele preparado para aniquilar as classes que não os interessa.

Leonardo Ivo

Será que PSDB é mesmo esquerdaE o PT?

Marcelo Pereira

E o Capitalismo? Quem vai combater?

Meu amigo Marcelo Pereira, se quem tem obrigação ideológica de combater o Capitalismo e os Grandes Empresários incorporou a ambos na base de apoio do Governo que tem os genes da esquerda (se meter exame de DNA aparecerão os genes), não serão os não esquerdistas que combaterão.

O tradicional "A luta continua, cumpanhêro!" foi trocado pelo "Eike lindo!". Se as esquerdas (a falsa e a verdadeira) caírem, não farei nada para impedir ou protestar. Ficarei quieto, assistindo de camarote.

Eu sempre disse que o regime militar foi ineficiente até sob o ponto de vista da visão tecnocrata dos neoliberais, pois não aniquilou a esquerda. Aniquilou milhares com a morte, mas pensou reprimir os demais apenas pela força e pela censura, sem fazer o contraponto ideológico. O resultado está aí. Ao fazerem apenas um contraponto bélico, alimentaram a corja que cresceu politicamente e está aí até hoje: José Serra, FHC e aqueles que fundaram o PT.

A verdadeira reforma política não virá desses partidos que estão aí. Virão de partidos de ideologias não assumidamente representadas, podendo até mesmo partir de dissidentes dos grupos partidários atualmente fora do poder.

No entanto, sou contra que se queime bandeiras, seja do que for.

O mi mi mi de João Pedro Stédile é uma hilariante tragicomédia

É a conclusão a que se chega depois da leitura atenta do Blog do João Pedro Stédile. Dá para se divertir rindo dele. É uma boa ideia se divertir com os mi mi mis dos poderosos, seja lá qual for a ideologia que tenham, da extrema direita à extrema esquerda. Porque passar a vida toda só se indignando (ou, pior, juntando raiva) faz mal à saúde. E é isso que essa corja no poder quer: que os discordantes morram mais cedo, para que sobrem somente eles e o cordão de puxa-sacos e bajuladores em geral.

Na ótica do Stédile, todo mundo é culpado pela inflação: a burguesia em geral, a imprensa burguesa, os bancos, as empresas do agronegócio e a "base social tucana que opera o aumento dos preços, beneficiando-se com o aumento dos seus lucros" (essa base social tucana são os "capitalistas proprietários das fábricas, supermercados ou lojas do comércio"). A típica meia verdade de um dirigente profissional do MST.

Meia verdade porque, até aqui, há a verdade na apuração de culpados pela inflação. Só que falta a outra metade: a culpa do Governo Lula-Dilma nessa história toda. Um governo que torra bilhões de reais de dinheiro público com copas, olim piadas e outras bobagens. Ah, mas aqui o cumpanhêro Stédile estaria acabando com as ilusões em torno de um governo que a cumpanherada chama de "pogressista (sic), democrático e popular". No governo do cumpanhêro Sarney também era assim: todo mundo tinha culpa pela inflação. Menos o governo. Chegaram a acionar a Polícia Federal para caçar boi no pasto, botando a culpa nos pecuaristas pela alta do preço da carne, fossem grandes ou micropecuaristas.

Aliás, dá para levar a sério um governo que gera coisas como os "fiscais do Sarney"?

Coitados dos sem-terra de verdade, se continuarem dependendo da corja para promover a Reforma Agrária que esses líderes poderiam ter feito mas empurram com suas barrigas gordas adiante. Barrigas que engordaram bastante nesses dez anos no poder. Se eles não fizeram a Reforma Agrária, ninguém jamais a fará. Filhos e netos dos sem-terra continuarão herdando somente a lona plástica que serve de telhado nos assentamentos.

João Pedro Stédile é tão atrasado que nem os socialistas de verdade que conheço utilizam mais esses termos que ele usa. Os socialistas que conheço preferem chamar os maiores capitalistas não mais de burguesia, mas de Grandes Empresários. Assim mesmo, em maiúsculas. O termo burguesia é tão gasto que já foi utilizado até por capitalistas confessos, como o saudoso Renato Russo, que usou o termo para se referir à elite de Brasília em Faroeste Caboclo.

Se Stédile aceita de bom grado utilizar o mesmo linguajar de um capitalista como foi Renato Russo, faça bom proveito. E que ouça mais da obra da Legião Urbana. Melhor que aquela música de cabresto que até os dirigentes do MST e os sem-terra ouvem.

Boas lembranças da época do CD 'Angústia Suprema', do Rosa de Saron


Resposta para Tchelão:

Na história do rock católico brasileiro, esse foi o primeiro disco apenas com músicas boas a ser bem gravado. Um marco histórico, portanto.

O meu é um da primeira prensagem, com digipack e tudo. Comprado junto à Codimuc e enviado pelo correio. Depois comprei nem lembro onde o cassete original pra ficar ouvindo imaginem onde? Num quartel da Aeronáutica! O pessoal da sessão administrativa trabalhando ao som de 'Angústia Suprema'.

A camiseta branca com a capa desse CD comprei na mesma época. Sabiam que ela resiste até hoje? Mesmo com as lavagens? Ê camiseta boa!

terça-feira, 16 de julho de 2013

Pintura padronizada acoberta corrupção dos ônibus cariocas

A pintura padronizada nos ônibus está revelando uma medida bem mais nociva do que sugere, para os passageiros comuns, quando empresas cariocas como Auto Viação Tijuca e Real Auto Ônibus, ou City Rio Turística e Rodoviária A. Matias, apresentam agora a mesma pintura.
Mais do que confundir passageiros de ônibus, a pintura padronizada estaria servindo de "véu" para a corrupção que acontece no setor, e cujas revelações dos bastidores mostram uma realidade gritante, em que políticos, empresários de ônibus e até mesmo a "máfia das vans" se beneficiam neste esquema corrupto.
Beneficiadas com a camuflagem da pintura padronizada, a cartelização das empresas de ônibus era até anterior a isso. Mas se o sistema de ônibus antes de 2010 não demonstrava muita transparência e apresentava irregularidades, ela se tornou cada vez mais grave sob esse "baile de máscaras" imposto sem consulta pública pelo prefeito carioca Eduardo Paes.
Eduardo Paes, ele mesmo, é casado com a filha de um dos barões dos ônibus do Grande Rio. Além disso, Sérgio Cabral Filho também tem alianças com empresários de ônibus e a corrupção do sistema em todo o Estado do Rio de Janeiro se agrava quando o "véu" da pintura padronizada torna pior o que está ruim, onde o logotipo de cada prefeitura camufla a empresa de ônibus irregular.
A formação dos cartéis de empresários de ônibus, a "máfia das vans", as irregularidades nas documentações dos ônibus, o troca-troca de empresas por debaixo da pintura padronizada - a linha 673 Méier / Lucas foi um caso recente de linha, e a Viação Saens Peña de mudança de nome, virando Viação N. Sra. das Graças -  e até mesmo irregularidades do DETRO mostram que o sistema de ônibus fluminense trafega num mar de lama.

Existe até mesmo a briga da Transportes Paranapuan - dona de um dos ônibus que caiu no Viaduto Brigadeiro Trompowsky, em Bonsucesso, matando nove pessoas - com o consórcio Internorte, o qual integra, tempera essa situação escandalosa que deixa os passageiros de ônibus completamente inseguros.

Muitos sentem saudades de outros tempos em que o sistema de ônibus do Rio de Janeiro pode não ter sido a perfeição sobre rodas, mas pelo menos tinha qualidades de sobra para ser, então, uma referência de transporte coletivo para o país.

Hoje, a coisa é extremamente contrária, sendo o sistema de ônibus fluminense um dos mais vergonhosos do país. Juntamente com Curitiba, São Paulo e outras cidades que apostam nesse "baile de máscaras" que encobre toda falcatrua que está por trás dos ônibus que o povo pega.