Eu quero é novidade! Até o reino mineral sabe que os estilos de música popularesca só tem a visibilidade que tem (desde bem antes de haver Faustão ou Rede Globo) à custa de muito jabá, a quantia que responsáveis por programações de rádio e de televisão cobram de artistas e produtores para reservarem espaço para artistas na programação. Aliás, o jabá é anterior até mesmo à existência do rádio e da televisão. Nos teatros do século XIX, era comum os produtores e artistas jabazeiros colocarem plateias pagas nos espetáculos teatrais e musicais para aplaudirem os artistas, pois os aplausos eram a medida de popularidade dos artistas da época. Hoje em dia o jabá permanece firme e forte na televisão. Fausto Silva finge uma ingenuidade há muito perdida, ao se comportar como se não houvesse jabá em seu próprio programa. Desde a estreia de seu programa dominical em 1989 ele privilegia a música popularesca. Antes do Domingão do Faustão, a grande plataforma jabazeira da Rede Globo era o Cassino do Chacrinha, onde os produtores reservavam espaço para os artistas à custa de eles se apresentarem sem cachê nos clubes do subúrbio carioca em eventos de playback que eram uma espécie de 'Cassino do Chacrinha' itinerante. Esse esquema de jabá foi denunciado pela banda Capital Inicial, que na época ainda não flertava com os artistas da música popularesca, mesmo se apresentando nos mesmos programas de TV.
Embora ainda seja forte na TV, o jabá musical diminuiu drasticamente no rádio, que hoje está entregue ao jabá político-ideológico, esportivo e religioso. O jabá se deslocou para a Internet. Ou alguém ainda é ingênuo o suficiente para acreditar que as listas de músicas mais baixadas, clipes mais visualizados e itens mais curtidos são determinadas só por popularidade?
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