Na última sexta-feira, começou a campanha eleitoral. Isso oficialmente, porque os candidatos já se apresentam há meses. Junto com a campanha oficial, começou também o que chamo de censura eleitoral. A legislação eleitoral feita por esses mesmos políticos dos partidos políticos com representação no Congresso Nacional prevê uma legislação eleitoral anacrônica para a cobertura das eleições no rádio e a TV, distinta da legislação para outras mídias. No rádio e na TV, não é permitido (como é permitido nas outras mídias) fazer uma análise dos prós e dos contras de cada candidatura, não é permitido emitir conceitos sobre os candidatos, sobre seus partidos ou sobre suas coligações. Só é permitido veicular elogios às candidaturas se forem feitas pelos próprios em entrevistas, ou críticas a candidaturas se forem feitas por adversários, também em entrevistas. Enfim, só os candidatos não são censurados.
Emissoras de rádio e de TV chegam a cortar a participação ao vivo dos ouvintes e telespectadores nesta época. Vai que um ouvinte ou telespectador manda a Censura às favas e resolve criticar o prefeito paspalhão, os frouxos a serviço dos barões do fânqui, os filhotes de ex-prefeitos, os filhotes de ex-desgovernadores, os víuvos da Era FHC ou a ultraesquerda boa de discurso, boa de conversa (fiada), mas ruim de Governo (isso se não for ruim de voto). Aí os dotô otoridades do TRE não querem nem saber: multam a emissora sem dó nem piedade. Alguns mandam tirar a emissora do ar.
Se os gestores das emissoras de rádio e de TV tivessem um pouco mais de ousadia, todos eles fariam vinhetas para serem veiculadas no noticiário exatamente durante a campanha eleitoral, até o fim da votação em 1º e no 2º turno. Uma vinheta em que um locutor diria laconicamente: "Esta emissora está sob censura eleitoral".
Nenhum comentário:
Postar um comentário