Resposta para Mingau de Aço:
Este é o melhor texto de 2012 do principal blogue do amigo Alexandre Figueiredo. Pretendo escrever uma resposta a este texto. Estou até usando a mesma imagem do Blogger, pra ligar bem um texto com outro. Não pretendo reproduzi-lo no meu blogue. Pretendo apenas escrever algo que acrescente algo do que penso sobre esses assuntos.
Não foi por falta de aviso que o amigo e outros eleitores de Dilma Rousseff estão vendo a crise das esquerdas, seja a lulo-dilmista no poder ou a esquerda oposicionista. Eu e muita gente contrária ao neoliberalismo e à esquerda avisamos que a presidenta aliada à fauna e à flora da fisiologia partidária brasileira (PMDB à frente) faria um governo tão cheio de bandalheira como o que seria (e jamais será) um novo governo tucano, que também teria partidos fisiológicos na base, incluindo o próprio PMDB. Mas, não! Os eleitores de Dilma não nos deram ouvidos. Preferiram fazer de tudo para nos cooptar, nesta maldita falsa democracia que nos OBRIGA a ir lá nas urnas, ao invés de nos dar o direito de ir lá votar ou de fazer outra coisa no domingo.
Aliás, abro aqui um parênteses. Parece que meu amigo, xará e irmão do Alexandre chamado Marcelo Pereira quer cooptar para o socialismo a turma que ainda quer ficar em cima do muro numa época como esta (exemplo aqui). Sei disso porque fui dessa turma. Eu não tinha posicionamento algum, há pouco tempo atrás. Era tipo um Enéas da vida: "contra tudo isso que está aí". Quando leio os textos do xará, percebo que ele escreve para gente que é hoje como eu fui no passado. Ele até confundiu as coisas, muito por minha culpa. Aquele termo infeliz que inventei há tempos atrás, o cimismo ou ser cimista, não significava "ficar em cima do muro". Significava estar ao lado do Brasil, que está ACIMA desse cenário político-partidário-ideológico. No entanto, acredito que o termo, usado malandramente pelo meu xará para cooptar internautas para a causa socialista, acabou adquirindo esse significado que Marcelo quis impor, do "ficar em cima do muro", mesmo. Mas alguns estrupícios que estavam em cima do muro nos anos 80 era melhor que tivessem ficado lá. Os tucanos, por exemplo. Se tivessem ficado lá até hoje, não teriam eleito FHC nem teriam posto a Pátria à venda. Eu deixei o muro não para vender a pátria como o demo-tucanato fez. Foi para sair do comodismo rancoroso de um quase quarentão e para ansiar alternativas nacionalistas para este país. Alternativas não neoliberais e não extremistas, nem pela extrema esquerda nem pela extrema direita. Comecei a buscar alternativas ainda no tempo do extinto blogue Brasil, um País de Tolos, que tive que extinguir exatamente para marcar essa minha mudança de comportamento e em respeito aos leitores que talvez não concordassem em acompanhar o novo blogue. Fiz uma faxina na minha lista de linques, antes de criar este blogue aqui. Foi uma lipoaspiração, mesmo. E ainda coloquei um linque para um partido novo que ainda pretendo ver registrado, que na verdade tem 11 anos mas não obtém registro no TSE porque o tribunal quer manter essa corriola de 29 partidos fisiológicos ou que querem ser fisiológicos, que vão do extremo PCO ao direitista envergonhado DEM, passando por partidos de direita oposicionista, direita governista, esquerda governista e esquerda oposicionista. Todos os quatro grupos unidos contra a soberania nacional. Não que não haja nacionalistas no campo da esquerda nem no da direita. Há, sim. Só que são esmagados pela máquina política representada pelas mais diversas corporações privadas, por ONGs e por esses 29 partidos políticos. Espero que esses nacionalistas se juntem um dia aos que já saíram dessa farsa dos 29 partidos.
Se querem mais exemplos de posicionamentos, não de omissões ou do cimismo tal como imaginado por meu amigo xará, continuem acompanhando este blogue.
Voltando ao artigo do Alexandre, há mais coisas citadas por ele que gostaria de comentar.
Também acredito nos movimentos sociais. São manifestações de uma sociedade que pretende ser democrática, embora ainda não seja devido a questões como o voto obrigatório, já citado neste texto. Os movimentos que respeito são diversos, como movimentos sindicais, de sem terra, de sem teto, de estudantes e vários outros. Eu mesmo participei das movimentações sindicais da categoria da qual fiz parte: a de auxiliares de controle de endemias. Passei muitas manhãs e inícios de tarde embaixo de sol quente na frente da Prefeitura, em manifestações reivindicatórias. Será que algum amigo leitor participou alguma vez de manifestações reivindicatórias para sua categoria? Fora essas manifestações, perdi a conta do número de manifestações (não de natureza sindical) as quais compareci. A diferença minha para o Alexandre é que não acredito nessa de que movimento social deva ser, necessariamente, ligado à esquerda. Vide os países com regime de partido único, geralmente comunista. Lá não tem como movimento social reivindicatório ser de esquerda. Tem que ter outra tendência política. Senão vira chapa branca e não conseguirá arrancar nada do Governo. O ideal é que movimentos sociais sejam politizados (senão não existem), mas sem serem ideológicos. Vai que antigos aliados assumem o Governo e esse Governo trai o movimento social, como acontece agora mesmo com alguns movimentos sociais que se dizem decepcionados com Dilma Rousseff. Só resta se virar contra o Governo ou aceitar caladinhos o papel de otários eleitores governistas traídos.
Dou meus parabéns a Alexandre Figueiredo por ele ter dito que a privatização dos aeroportos mancha o governo de Dilma Rousseff. Alexandre não tem noção do quão vis são essas dondocas progressistas com quem ele tem andado, inclusive em encontros de blogueiros progressistas no Rio de Janeiro. Agora mesmo Paulo Henrique Amorim (o homem da conversa fiada) defendeu na TVT a privataria dilmista, dizendo que são concessões, não privatizações como as de FHC e José Serra. Esses caras são capazes de descartar sumariamente qualquer dissidente que ouse questionar atitudes da "Nossa Senhora do Divino Lulopetismo" (senhora deles, que fique claro). Alexandre Figueiredo critica com razão os neocons da direita. Ele mesmo pode ser chamado de neocon por essa esquerda chapa branca, ao discordar de alguns pontos do Governo dos sonhos do lulodilmismo. Eu tive contatos há um tempo atrás com aquele grupo de dondocas reacionárias do Blogs pela Democracia, e botei meu antigo blogue naquele grupo por alguns dias ou semanas, mas ouvi meu amigo Marcelo Pereira, pensei melhor e deixei aquelas dondocas reacionárias pastando sozinhas. Meu amigo Alexandre será capaz de deixar o tal movimento de blogueiros progressistas quando ele mesmo for chamado de neocon? Raphael Tsavkko já deixou.
Como Alexandre, não gosto de sermões de pastores tipo RR Soares e Silas Malafaia, não curto o programa do Chaves mexicano, detesto noticiário policial e mais ainda o Big Brother seja lá de que país for.
Não faço críticas à esquerda apenas por fazer, pra dizer que todo mundo é igual, todo mundo é corrupto, nem sou nenhum anarquista, que acredita que não devesse haver Estado, nem Governo, nem Executivo, nem Legislativo, nem Judiciário. Senão não poderia ter passado a vida inteira fazendo concursos e trabalhando em órgãos públicos. As alternativas que desejo para o meu país eu exponho constantemente neste blogue. Pena que essas alternativas são esmagadas por esse cenário político-ideológico-partidário daqueles grupos todos que citei antes. Não compactuo com neocons nativos tipo Reinaldo Azevedo, nem neocons gringos como Yoani Sanchez, dissidente cubana escalada pelos irmãos Castro para receber gordos proventos de toda a direita mundial (os Castro poderiam ter confiscado a grana) para espinafrar o Governo cubano na precária Internet local e pra todo mundo dizer "Oh! O Governo cubano é democrático! Tanto que permite uma voz dissidente lá dentro paga por gente de fora!". Só acredito que se esses neocons querem continuar sendo os bobos da corte neoliberal de seus países ou internacional, não podem ser impedidos. Não dá para impedir ninguém de ser palhaço.
P.S: Muita gente quer fazer da política uma coisa maniqueísta, como se houvesse apenas dois lados. Só que a política não se restringe ao preto e ao branco, ou ao azul e ao vermelho. A política é multicolorida e plural. Reflexo da multiplicidade de indivíduos, que também não são iguaizinhos uns aos outros, nem mesmo os gêmeos. Cada indivíduo é único.
Texto publicado originalmente no Blogue do Delfino.
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