Li um texto escrito pelo jornalista Adamo Basani, da CBN e autor do Blog Ponto de Onibus, sobre o fato de os moradores do bairro de higienópolis terem conseguido embarrerar a construção de uma estação de metrô no bairro e transferi-la para perto do estádio do Pacaembú, há pelo menos dois quilometros de distância do bairro. O motivo de tudo isso, conforme o texto que vocês lerâo abaixo é o mais elitista possível, ou seja, é discrimininação pura. O pior disso tudo é saber que esta gentinha elitista se voltou contra seus próprios funcionários (empregadas domésticas, seguranças, vendedores, operadoras de caixas, professores, motoristas e etc), pois isto beneciaria até a esta mesma gentinha, pois economizaria com custos de transportes e quiçá proporcinaria um melhor bem estár para seus funcionários já que os mesmos chegariam ao trabalho mais rápidamente e vice e versa, sem muito estresse. Porém o egoísmo e o elitismo prevaleceu e agora esta estação será construída próxima a este estádio.Mais felizmente isso não ficou por ai, pois o Ministério Publico não aceitou as desculpas do Metrô de São Paulo que foi por motivos técnicos e resolveu processar o Metrô por causa disso.
Isso Também vale para o Rio onde os moradores de Ipanema e do Leblon não querem que o metrô passe no bairro e sim pelo Humaitá, Laranjeiras ou Botafogo. Em parte a revendicação deles tem uma certa razão, pois quando a composição do metrô chegar nestes bairros, ela já virá bem cheia de passageiros vindos da Barra, da Zona Oeste e da Rocinha, o que tornará o embarque impossível. Por outro lado, há quem diga que os moradores destes baírros não querem o metrô passando nos baírro deles, pois não querem que gente da Rocinha e da Zona Norte venham para lá, o que mostra o pensamento elitista e disciminatório desta gente caso isso seja verdade. Se bem que se fosse puro pensamento elitista, pessoal do humaitá, do Jardim Botânico, de Laranjeiras e da Lagoa também recusariam o metrô passando em suas portas já que eles também tem uma situação equivalente aos do pessoal de Ipanema e Leblon em termos financeiros e socio-culturais. Em resumo, se os moradores destes baírros querem o metrô em suas portas fossem contra, eles iam lutar para que o metrô da Barra se conectasse direto a estação Uruguai na Tijuca, deixando de passar pela na Zona Sul.
De princípio, parece que o povo carioca, em particular da classe média alta é menos preconceituoso com pessoas de classe mais baixas, mas isso é só impressão, pois isso é de acordo com suas conveniências. Talvês a elite carioca seja menos preconceituosa, pois a pobreza em forma de favela ficam ao lado de suas residências, por causa disso eles tiveram que se acostumar com isso a contragosto ao longo de décadas e até em algúns caso, defendendo estas populações em caso de remoções destas comunidades como ocorreu com o Vidigal e em várias favelas na década de 70 onde parte desta elite se voltou contra a remoção não só por questões humanitárias, mas também de logistica, pois as passagens de ônibus eram relativamente mais caras já que eram por trecho e não tarifa única como hoje ( não confundir com blilhete único). Por outro lado, o povo da Urca foi responsável pelo fim da linha 442 - Lins X Urca, da Viação Mathias que foi extinta na década de 80 porque os moradores da Urca não queriam pobres e farofeiros em suas praias. Por conta disso, esta linha muito querida e lembrada pelos cariocas nunca mais voltou.
Uma obsevação ao texto da Àdamo, é no que se refere a politica de transportes. O que é mais intrigante nisso tudo é saber que embora os governos e as elites encarem que o transporte publico seja para pobre, eles não constroém mais linhas de metrô e trem para os bairros mais pobres e nem criam mais linhas de ônibus para lá. Sempre estes investimentos vão justamente para os bairros que não precisam deles e que cujo os moradores não querem e não revendicam estes meios de transportes não só por ter carro, mas pelos motivos citados acima. No caso do Rio, o maior exemplo disso está sendo a construção do metrô na Zona Sul sendo que até hoje o Metrô não chegou ao bairro de Miguel Couto em Nova Iguaçú já que o projeto original do metrô aproveitaria a linha do ramal de Belford Roxo, mas indo além do trêm até este bairro, seguindo todo trajeto da antiga estrada de ferro Rio D'Ouro. A outra questão seria o ramál de Itaguaí desativado há quase vinte anos que até hoje não foi reativado e recontruído mesmo o município tendo se expandido populacionalmente e financeiramente. A mesma coisa pode-se dizer do ramal Niterói-Itaboraí que sempre vivia precário e foi desativado para dar lugar ao metrô cuja as obras jamáis começaram. E finalizando, no caso da licitação fajuta das linhas de ônibus do Rio, só o consórcio fajuto da Pégaso teve interesse na Zona Oeste enquanto que empresários paulistas e estrangeiros disputavam a tapa as áreas da Zona Norte, Leste (Barra e Jacarepaguá, aquilo não é Zona Oeste) e Zona Sul. No caso dos empresários paulistas, algúns moram exatamente no baírro citado no texto do Adamo e desprezaram a capacidade de lucro e consumo da Zona Oeste (puro elitismo e falta de visão capitalista). No final das contas, eles tomaram uma rasteira do prefeito Merda Paes, que fez uma licitação de cartas marcadas para beneficiar os empresários locais, razão pela qual ela está sendo questionada na justiça.
Infelizmente o empresariado brasileiro não é tão capitalista como são os de outros paises. O que prevalece aqui é o egoísmo de mercado onde o mesmo só investe aonde ele quer independete de ter lucro ou não e que razões pessoais e preconceitos se sobrepõe até ao lucro. Se o capitalismo fosse seguido a risca ( le-se Fordismo, o verdadeiro capitalismo) isso não aconteceria. Se fosse assim a Zona Oeste do Rio e a periferia de São Paulo seria muito bem servida de todos os serviços publicos e privados possíveis, coisa que infelizmente não é a realidade. Isso explica a existência de ŕadios piratas e transportes piratas nestas regiões. Pensem nisso! E só!
O APARTHEID URBANO
Moradores de área nobre bateram o pé e Metrô não terá mais estação em bairro de Higienópolis. Companhia do metropolitano afirma que mudança se deu por motivos técnicos
ADAMO BAZANI – CBN
O que ocorreu com a nem inaugurada linha 06 laranja do Metrô, que teve seu projeto de estação transferido de Higienópolis, nas proximidades da Praça Buenos Aires, para a região do Estádio do Pacaembu mostra que o transporte público não vai evoluir tão já nas grandes cidades não só por falta de políticas públicas, investimentos de maneira errada e muito menor por escassez financeira. Mas também por uma questão cultural.
Os moradores de classe média alta da região, e mesma classe que odeia ônibus trem e metrô e provavelmente quem precisa destes meios, pressionaram e conseguiram.
A Companhia do Metropolitano não vai mais, por enquanto, fazer uma das estações previstas para a linha perto da praça.
Os moradores alegam que o Metrô vai alterar a rotina do bairro, onde pela manhã mulheres passeiam com seus cães que recebem melhor tratamento que muito trabalhador, executivos, jornalistas, empresários, médicos circulam com seus carros, que andam na maior parte das vezes só com eles dentro.
Os que possuem imóveis no bairro afirmam que o Metrô vai causar degradação do ambiente urbano e alterar o sistema viário.
A linha 6 laranja do Metrô deve transportar 635 mil passageiros por dia em 13,5 km por onde serão distribuídas 14 estações.
O interesse destes 635 mil passageiros diários ficou em segundo plano em relação ao que querem alguns moradores de Higienópolis.
Isso é uma cultura e que impede o desenvolvimento da mobilidade, econômico e também a garantia de qualidade de vida para a maioria.
Na questão da mobilidade, a maioria sempre foi deixada em plano inferior.
Exemplos são as obras de trânsito que pouco privilegiam os transportes públicos e dão cada vez mais espaço a carros que aumentam de número dia após dia.
Essas obras são feitas para os formadores de opinião e aí é que mora o perigo. O formador de opinião ou o financiador de campanha, normalmente do tipo que mora em Higienópolis, não generalizando todos no bairro, fala muito bonito sobre democracia, mobilidade e uso do espaço urbano, desde que o transporte público não faça barulho ou traga gente de classes inferiores para a porta da casa deles.
Esse formador de opinião e financiador de campanha tem o poder de arrebatar massas que acabam fazendo escolhas contra elas mesmas.
Porque para boa parte da população uma promessa, uma obra incompleta ou pouca coisa basta, sendo que na verdade é a população a verdadeira financiadora da máquina pública e não deve exigir pouco, mas o proporcional a quanto paga.
Democracia em transportes é algo que dificilmente existe. É democrático e justo um carro com 5 metros de comprimento levando 2 pessoas ter o mesmo tratamento na via um ônibus que em 12 metros leva mais de 80 pessoas?
Um corredor decente para este ônibus não seria questão de democratização do espaço urbano, para ele atender prioritariamente a maioria?
Uma estação de Metrô não deveria ter prioridade em relação a interesses de um grupo? Só porque esse grupo diz que nunca vai precisar de transporte público.
Quisera um morador da estrada do M Boi Mirim, do ABC Paulista, de Ferraz de Vasconcelos, de Cotia, de Cidade Líder ter um metrô em sua porta
O caso também pode levantar a seguinte questão, além dessa cultural incutida no brasileiro de classe média alta há muito tempo: Não seria o caso de repensar as áreas de investimentos?
Os bairros nobres que fiquem espremidos em seus congestionamentos e que o transporte público: corredor de ônibus, trem e metrô chegue a bairro de quem realmente precisa.
O Metrô diz que a mudança da estação não foi por pressão dos moradores, mas por critérios técnicos.
Seja por qual motivo, a verdade é que houve sim pressão, abaixo assinado e manifestação da minoria do Higienópolis.
O presidente do Metrô, Sérgio Avelleda, disse que a decisão foi puramente técnica.
- O Metrô decidiu reavaliar a localização da futura Estação Angélica por questões puramente técnicas. Ela ficaria a apenas 610 metros da futura Estação Higienópolis-Mackenzie e a 1.500 metros da futura Estação PUC-Cardoso de Almeida. Os 610 metros são uma distância muita curta, o que obrigaria a uma redução de velocidade. Por isso a nova estação será realocada entre as duas. Deve ficar entre a Praça Charles Miller e a Avenida Angélica – disse Avelleda.
A explicação do chefe do Metrô não convenceu e o Ministério Público quer explicações formais sobre a decisão de mudar o lugar da estação.
O promotor Antônio Ribeiro Lopes quer saber qual a motivação da mudança e fez a solicitação à Secretaria de Transportes Metropolitanos
“Queremos saber se foi uma decisão técnica ou se houve pressão de grupos de moradores.” – afirmou o promotor.
É sabido, no entanto que a questão cultural existe.
Há anos os moradores de Higienópolis temem o Metrô.
No ano passado, ao jornal Folha de São Paulo, uma psicóloga, em tese uma pessoa com estudo para saber que em vários níveis todos os seres humanos são semelhantes, disse que os moradores de Higienópolis temiam que o Metrô trouxesse para o bairro, gente “diferenciada” dos que já moram lá.
Essa gente diferenciada, os usuários do Metrô, são as pessoas que na verdade sustentam a minoria que quer pedaços da cidade, quando não o município inteiro, só para ela.
Ao contrário do que ocorre em outros países, como na Europa, onde a malha ferroviária é extensa, na América do Norte, onde há ônibus, trem e metrô convivendo harmoniosamente, e em algumas regiões da América do Sul, como a Bogotá, com o bem sucedido corredor de ônibus tipo BRT, Transmilênio, a cultura é que transporte público no Brasil é feito para pobre.
A justificativa é que no Brasil o transporte público não tem qualidade. Mas oras, o pobre também não é digno de qualidade?
E no caso do Metrô, apesar da superlotação, há sim qualidade nos serviços, principalmente nestas linhas que estão sendo construídas com conceitos modernos.
Mas a verdade é que enquanto no Brasil houver essa cultura do carro e principalmente das mentes segregadoras que criam subdivisões para o ser humano, nem Mettrô, nem B
RT (Bus Rapid Transit – corredor de ônibus moderno e rápido, como os de Curitiba), nem Monotrilho, nem VLT (Veículos Leves Sobre Trilhos – como se fossem bondes modernos), Aerotrem, Fura-Fila seja o que for vão para frente.
A questão não é o modal, mas cultural
Adamo Bazani, repórter da Rádio CBN especializado em transportes.
2 comentários:
Um absurdo desse caso de SP: sem comentários.
Com relação ao VERDADEIRO 442, ainda é uma história mal contada: dizem, também, que a linha não estaria dando $$$$$$$$$$$. Frizar que NEM TODOS os moradores concordam com a extinção da linha.
Poderia muda o itinerário para o Leme ou para Leblon ao invés de haver esse radicalismo.
Hoje, houve um protesto contra esse verdadeiro "apartheid" social.
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