terça-feira, 26 de outubro de 2010

Pedra do Ponto poderia vir a ser um novo Sumaré um dia



                       Pedra do Ponto e  serra do barata.

             Hoje virei com um tema bastante importante no que se refere a radiodifusão e ao meio ambiente, trata-se do relevo do Rio de Janeiro e das áreas de sombras por ele causado. Como vocês já sabem, o relevo do Rio é cheio de morros e montanhas, diante disso o sinal vindo do Sumaŕe  se perde facilmente e não chega a todos os lugares. Por conta disso, em meados da década de 70, as emissoras criaram o parque de repetição de sinal do Mendanha, porém este é insuficiente para cobrir toda a região e a montanha onde fica este parque é relativamente baixa.


   Parque de Repetição do Mendanha.

    Para resolver parcialmente o problema, em  meados da década de 80 , as emissoras criaram os parques de repetição da Muzema(perto da Barra) e da igreja Nossa Senhora da Peña, porém ainda sim não cobrem toda região de Jacarepaguá, Barra e Recreio. Isso sem contar as regiões de Sepetiba, Pedra de Guaratiba, Guaratiba e Barra de Guaratiba que não possuem repetidoras e cujo o sinal do Sumaré e nem destas repetidoras citadas chegam.
       Parque de transmissão do Sumaré.

      Em termos técnicos isso acontece porque, tanto o sinal  de VHF como de UHF são direcionais, ou seja, seu alcance está restrito a visão humana onde tendo um obstaculo o sinal se perde ou perde boa parte da sua intensidade. É por conta disso que emissoras de radio, TV e operadoras de celular são obrigadas a instalarem repetidores de sinal, pois os sinais de ambas as faixas se perdem facilmente com os obstáculos, criando várias áreas de sombras.
     Uma outra questão também a ser considerada também é com relação a localização das reṕetidoras e mesmo das geradoras. Quando o Parque de Transmissão do Sumaŕe foi criado na década de 50 não foi levado em consideração por parte das emissoras e do governo que a cidade ia crescer em direção as Zonas Leste( Barra, Recreio e Jacarepaguá) e Oeste. O mesmo problema se repetiu quando da escolha do Mendanha e dos outros lugares citados, não se considerou que regiões como Santa Cruz, Guaratiba, Sepetiba e etc fossem crescer e se tornarem densamente povoadas. Na época em que estes parques de repetição foram criados, boa parte destas regiões eram, em grande parte, verdadeiros vazios demográficos e na cabeça das emissoras e do governo não passaram ideia de que todo aquele quadro que viam nas décadas de 70 e 80 iria mudar drasticamente. Hoje nos dias atuais eles percebem o quanto erraram.
    Parque de transmissão do Morim em Petrópolis.

      Parque de repetição da igreja Nossa Senhora da Peña em Jacarepaguá.
       Para resolver o problema em 75% , eu proponho duas novas soluções do ponto de vista tecnico e logístico. Um deles seria expandir o Parque de Transmissão do Morim em Petrópolis, que por ser um ponto extremamente alto cobriria uma grande quantidade de lugares com áreas de sombra, como na Baixada Fluminense, Zona Oeste e outras.Mas ainda sim não seria uma solução totalmente boa, pois o Morim é de difícil acesso e não cobre áreas como Pedra de Guaratiba, Sepetiba, e regiões próximas. Para resolver  este problema, proponho criar não um parque de repetição, mas de transmissão na Serra do Barata, mas precisamente na localidade da Pedra do Ponto. Este local fica localizado no Parque Estadual da Pedra Branca e seus principais acessos são por Bangu e Realengo, na localidade do Barata que dá nome a serra citada.
    Deste local se tem uma vista privilegiada da cidade incluindo a Barra, toda Jacarepaguá, Campo Grande, Santa Cruz, Guaratiba, Pedra de Guaratiba, Itaguaí,parte de Grumaŕi e Barra de Guaratiba. Para se ter uma ideia do quanto este morro é alto, ele pode ser visto do aeroporto Tom Jobim ou mesmo de São Gonçalo. E ainda tem mais um detalhe, ele é de fácil acesso e possuem estradas de terras feitas pela Light na época da construção das torres de energia elétrica que poderiam ser reconstruídas, reaproveitadas e expandidas até cume. E ainda tem mais outro detalhe: toda sua extensão é de grama e pastagem, o que facilitaria uma possível abertura da estrada já que não se derrubariam árvores e nem se bateria de frente com ambientalistas. E ainda possui acesso por asfalto através de ruas de uma loteamento ao lado. Ou seja, é um local excelente e que não é aproveitado.
      E por que fazer dali um parque de transmissão e não apenas de repetição? Por vários motivos. Um deles é sua altura, por ser um local alto e de fácil acesso o sinal das emissoras chegariam com facilidade nas áreas de sombra bastando com isso colocar potencia equivalente a que é usada no Sumaré, o segundo motivo é que muitas emissoras estão se instalando na Barra da Tijuca e Jacarepaguá e por conta disso é muito mais facil transmitir o sinal de link para Pedra do Ponto do que mandar por satélite ou fibra ótica para outros locais como é feito hoje. Em exemplo disso é a Globo, Record e Boas Novas que tem que ficar transmitindo seus sinais por satélites, fibras óticas para o  Jardim Botânico, Benfica ou Sumaré. Com a Pedra do Ponto os custos de linkagem caem consideravelmente. A outra é que o Sumaré está saturado e o Ibama e  ICMBIO( que administra o Parque Nacional da Tijuca, onde está o Sumaré) não estão liberando autorização para instalação de torres e antenas mesmo nas torres existentes, tanto é que por conta disso a CNT até agora não conseguiu colocar sua antena digital, a Rede TV! não consegue expandir seu sistema irradiante digital e emissoras novas como a Senado e Kiss Fm não conseguem entrar no ar.
Com a criação do parque de transmissão da Pedra do Ponto tal problema estaria resolvido, já que uma vez criado, todas as novas geradoras de rádio e tv seriam incentivadas a se instalarem  lá ao invés do Sumaré que se encontra saturado. Para se ter uma ideia, tanto os ambientalistas como o pessoal do Ibama e do ICMBIO gostariam de desativar  o Sumaré, desmontado as torres e expulsando as emissoras de lá e só não o fazem porque isso é quase impossível do ponto de vista técnico,logístico e politico, pois sem aquele parque o sinal obviamente não chegaria a casas das pessoas.
     E ainda tem mais, em conversas que tive com ambientalista, eles apoiam a construção de uma parque de transmissão na Pedra do Ponto justamente porque impacto ambiental provocado pela sua construção e operação seria pequeno, já que não haveria a necessidade de derrubadas de árvores e as construções não ocupariam um espaço muito grande. E ainda tem mais outro detalhe, tal local pode ser usado pelo INEA(órgão estadual de meio ambiente e que faz a mesma coisa do Ibama e do ICMBIO) para fiscalização de desmatamentos e queimadas muito comuns naquela região assim como para cálculos de velocidade dos ventos e clima da cidade do Rio, por institutos de pesquisa do clima e do meio ambiente.
     O único entrave para sua construção ali é justamente o INEA que administra porcamente o local que ao mesmo tempo em que proíbe qualquer coisa de baixo impacto ambiental, porém  faz vista grossa a grilagem de terras no parque, mas precisamente Jacarepaguá, Barra de Guaratiba e Vargem Grande. Vale lembrar que a grilagem é muito pior que a  favelização, pois quem invade não irá para morar no local, mas sim  ganhar dinheiro as custas de terras alheias, configurando num roubo pior do que roubo a banco. São verdadeira quadrilhas que agem dentro do parque e o INEA nada faz. O que se constrói ali não são casas humildes, mas mansões, o que torna a situação ainda mais absurda e faz com que a favela  perca o seu ar ilegal, já que existe algo muito pior do que ela.
   Falo isso, pois tenho relatos de pessoas que frequentam estes locais e já me relataram isso assim como falaram que este ineficiente órgão estadual barra qualquer coisa de menor potencial ambiental como caminha dentro do parque. Logo não teriam moral para embarrar tal projeto proposto neste texto.
    Voltando ao assunto, com a construção do Parque de Transmissão da Pedra do Ponto, emissoras, governo, e universidades só teriam a ganhar. Isso por que no caso das emissoras, elas desativariam vários parques de repetição trocando apenas por um ou dois, economizando energia elétrica, sinal de linkagem e com manutenção e ainda tem o fato de que um dia virem a se instalar na Zona Oeste ou leste poderão transmitir o sinal diretamente para lá. No caso das universidades ganharia-se uma campo de pesquisa para se estudar ventos, climas, telecomunicações e para o governo em fiscalização contra queimadas, grilagens e desmatamentos. E para população, o sinal das emissoras chegaria limpo em sua casas e receptores. Ou seja se resolveria vários problemas numa cajadada  só. Pensem nisso! só!
     Crédito das fotos: Jeremias Freitas, blog Pro Realengo e Jesse.

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