domingo, 25 de outubro de 2009
Nucleo Piraquara, a Cachoeira do Barata
No dia 17/10/09, Sergio Cabral e Carlos Minc estiveram num lugar que faz parte da minha vida desde minha infância e que freqüentei muito. Trata-se do Núcleo Piraquara, mais conhecido como Cachoeira do Barata. Eles estiveram lá para inaugurar uma obra de revitalização do local que esteve parada durante quase dois anos e que foi iniciada no governo Rosinha Matheus. Como vocês verão nestas fotos, foram instalados deques, posto de salva vidas, vários tipos de brinquedos, etc. Fico muito feliz em ver um lugar onde vou desde minha infância recuperado. Agora, mesmo recuperado, ainda assim não tem mais a beleza que tinha antes. É claro que está bem melhor agora, pois tem posto dos bombeiros, policiamento e o lugar se encontra limpo, já que ali sempre foi um lugar onde adeptos de religiões de matriz africana faziam suas oferendas e, assim, ao mesmo tempo em que pareciam agradar suas divindades, acabavam desagradando aos freqüentadores do local e principalmente ao meio ambiente, pois o local ficava terrivelmente sujo. Com relação à segurança, sempre foi um lugar onde ocorriam casos de execuções, estupros e uso de drogas. Nos últimos anos, várias milícias tinham tomado aquela área de policiais mineiros e traficantes, mas felizmente elas também saíram de lá. Eu fui muitas vezes à cachoeira com meu falecido pai e com meu irmão, principalmente entre 1990 e 1994, e realmente era um lugar belíssimo. Onde hoje existe um loteamento irregular, havia um lindo bosque, no qual ficava a sede da fazenda dos Baratas, que deu nome ao sub-bairro. Atualmente, este prédio, do séc. XVIII está em ruínas. Perto dele havia restos de uma senzala que também foi destruída recentemente. Havia muito verde naquele local e o curso d'agua da cachoeira era bem mais forte do que é hoje. No ponto mais alto da cachoeira havia ainda uma piscina que foi misteriosamente destruída. Ainda existem lá as ruínas dos postos da Guarda Florestal, com prédios datando do ano de 1912. Com relação ao loteamento irregular, tenho amigos que moram lá. O terreno onde está o loteamento pertencia a uma empresa imobiliária chamada Bizon, mas depois se descobriu que o mesmo pertence à Marinha. Há alguns anos atrás, a Marinha quis remover os moradores daquele loteamento, mas não sei qual foi o resultado disso. É preocupante, porque os moradores não são invasores oportunistas, e sim pessoas que juntaram suas rendas de uma vida inteira para comprar um terreno e construir suas casas e que foram covardemente enganados por grileiros oportunistas. Tais moradores não poderiam ser removidos de qualquer jeito, mas sim devidamente indenizados ou realocados em terrenos próximos, pois os mesmos já tiveram o prejuízo de ser enganados e não poderiam passar por esta situação novamente. Então, nada mais justo do que indenizá-los em cima do que gastaram e realocá-los em locais com boa infra-estrutura e com a documentação em dia. De qualquer forma, fico muito feliz com as melhorias de um local que, embora não terá mais a beleza de outrora, poderá recuperar parte de sua beleza depois de décadas de abandono. Agradeço ao Jeremias Freitas pelas belas fotos tiradas do local no momento do evento. È só!
sábado, 10 de outubro de 2009
Sobre a historia dos afro-descendentes apos o dia 13 de maio de 1888
Há um detalhe que sempre me intrigou e que, ao mesmo tempo, sempre encarei como uma tremenda injustiça: quase não há material – seja na forma de livros de história, novelas, filmes, minisséries – que conte a história do negro após a abolição da escravatura. Nem nas escolas tal assunto é abordado. Na verdade, poucos livros ou revistas especializadas em história tocam no assunto. A única revista que tocou no assunto de forma um pouco mais complexa foi a História Viva, da Editora Duetto, e mesmo não tendo sido muito aprofundado foi bastante elucidativo. Eu também cheguei a ler tal assunto num livro do Ensino Médio, mas este também falava do assunto de forma superficial, embora com informações complementares ao da revista da Editora Duetto.
Nestas publicações, contavam como foram os primeiros dias do negro liberto, que não foram nada fáceis. Nos últimos anos de escravidão muitos deles, embora felizes com a possibilidade de se tornarem livres, não viam com bons olhos tal situação. Não viam, pois sabiam que ao deixarem de serem escravos não haveria uma estrutura que os transformassem em cidadãos comuns, o que de fato ocorreu. Nesta publicação da Revista História Viva, tal informação era confirmada, pois ali havia o relato de uma futura ex-escrava que temia o dia da Abolição, pois iria ficar na miséria, e por conta disso dizia que este dia seria uns dos piores da vida dela. E, de fato, foi o que ocorreu.
A Abolição fora dada aos ex-escravos não só pela pressão interna, mas pela fortíssima pressão do Império Britânico sobre o governo brasileiro. Até porque, na maioria dos países e colônias pelo mundo, a escravidão já tinha sido abolida há mais de 40 anos em relação a 1888. No que diz respeito a essa situação, o governo imperial até tinha um plano de integração destes futuros cidadãos que viriam a surgir a partir deste dia, que seriam contados não mais como animais ou bens, mas como pessoas ou habitantes deste país, como de fato o eram. Acontece que tal plano do governo fora frustrado, pois no ano seguinte e nos meses que se sucederam à abolição, eclodiu uma crise no governo imperial (na verdade ela se agravou). E acabou se agravando ainda mais, pois o governo, ao dar a abolição, não indenizou os ex-senhores de escravos e estes começaram a “pedir a cabeça” do governo imperial e a tramar pelo seu fim. E foi esse conjunto de fatos que fariam com que no ano seguinte fosse proclamada a República, (fato que completará 120 anos em novembro). Por conta disso, tal plano do governo de integrar os ex-escravos nunca foi adiante.
Os ex-escravos, jurídica e legalmente, deixaram de ser bens e viraram nada. Isso mesmo: nada! Isso porque, inicialmente, não criaram uma estrutura que lhes dessem nome, sobrenome e reconhecimento como cidadãos. Muitos, talvez a maior parte deles, saíram das fazendas por livre e espontânea vontade, enquanto outros, que foram poucos, conseguiram se tornar funcionários das fazendas onde um dia foram escravos, e houve, ainda, situações nas quais eles foram expulsos à bala das fazendas onde haviam sido escravos. A grande maioria não conseguia emprego em lugar nenhum, pois nas fazendas seus ex-senhores não os queriam mais, preferindo contratar imigrantes europeus. E mesmo naquelas onde chegaram a trabalhar com os imigrantes, seriam vítimas das discriminações destes últimos e da futura discriminação racista que passariam a sofrer para valer.
Para piorar as coisas, o novo governo republicano tentou implantar no Brasil as formas de governo racistas implementadas na África do Sul e nos EUA. Mas, felizmente, tal iniciativa não foi adiante e não deu certo entre a população, pois a mesma, desde os tempos da escravidão, sempre conviveu muito bem com os afro descendentes a ponto de senhores e senhoras terem escravos e escravas como amantes, coisa que nos países de origem anglo-saxônica não acontecia, ou seja, houve uma integração e uma miscigenação muito forte naquela época. Mas a conseqüência dessa medida, somada à falta de oportunidades, foi o fato de que o novo governo republicano, temendo que os ex-senhores pleiteassem indenização e principalmente que os ex-escravos pleiteassem direitos de cidadania e igualdades, destruiu todos os relatórios e documentos referentes à escravidão. Para quem não sabe, Ruy Barbosa foi um dos mentores desta sacanagem, pois apagou dados importantíssimos que favoreceriam os afro descendentes.
Uma fama com que os negros ficaram por muito tempo, e que ainda vão levar muitos anos para tirar, mesmo com todas as ações afirmativas, foi a de serem tachados como bandidos. Tal fato ocorre porque, como lhes eram negadas todas as oportunidades de trabalho, boa parte deles era obrigada a roubar para sobreviver e para sustentar suas famílias. Por conta disso, ficaram com tal fama que, atrelada ao racismo, piorou sua situação.
No campo da cultura, enquanto eram escravos, para impedir e evitar rebeliões, os senhores os liberavam para praticarem suas manifestações religiosas e culturais. Foi desta situação que surgiu o sincretismo religioso, onde cada deus africano era identificado com um santo da Igreja Católica. Um exemplo disso é São Jorge, que tem Ogum como deus africano equivalente. Após a instalação do governo republicano, tanto as práticas religiosas como as culturais passaram a ser combatidas ferozmente pela polícia e por alguns setores da Igreja que as encaravam como satanismo (tal como hoje as igrejas comerciais as encaram). Por exemplo, nos primeiros anos pós-abolição a polícia prendia os sambistas, assim como aqueles que praticavam a capoeira na Bahia.
Com relação à moradia e condições de vida, a situação também era das piores. Entre os primeiros habitantes das favelas estão os ex-escravos que, após deixarem as fazendas, foram morar nos cortiços das cidades e depois, com a destruição destes, foram ocupar os morros, sendo os dois primeiros a Providência (de onde veio o termo “favela”) e a Mangueira, ambos no Rio de Janeiro. Assim, viviam sempre em péssimas condições de saúde e saneamento, como ainda hoje.
De lá para cá, houve muitos avanços com relação aos direitos dos afro descendentes, mas ainda há muito o que fazer. Isso porque só agora, de vinte anos para cá, é que a situação do negro começou a ser discutida e avaliada. Antes disso não era, pois sempre se colocou na cabeça dos brasileiros de que somos uma democracia racial e, por conta disso, nunca se discutiu a situação do negro. Além disso, sempre se defendeu a idéia de que, por conta de não termos um racismo ao modo dos EUA e da África do Sul, nós éramos igualitários, e não racistas, o que não é verdade. No Brasil se vive um racismo velado, que pode ser tão prejudicial quanto o racismo anglo-saxão, justamente por não se admitir sua existência. E foi por conta disso que os direitos dos negros e também dos índios ficou relegado a segundo plano durante décadas e, dessa forma, evitou-se explorar a história pós-abolição. Assim, muita coisa se perdeu e muitos direitos deixaram de ser conquistados. Pior: as vítimas de tudo isso ainda sofrem até hoje. Escrevi este texto não só para chamar a atenção para a omissão histórica em termos gerais, como também por estarmos num momento em que se discutem questões como as cotas e o estatuto da igualdade racial. Para poder discuti-las é preciso que se tenha boa base e a maioria das pessoas – incluindo até mesmo antropólogos e sociólogos – não conhece direito tais histórias ou nunca se interessaHá um detalhe que sempre me intrigou e que, ao mesmo tempo, sempre encarei como uma tremenda injustiça: quase não há material – seja na forma de livros de história, novelas, filmes, minisséries – que conte a história do negro após a abolição da escravatura. Nem nas escolas tal assunto é abordado. Na verdade, poucos livros ou revistas especializadas em história tocam no assunto. A única revista que tocou no assunto de forma um pouco mais complexa foi a História Viva, da Editora Duetto, e mesmo não tendo sido muito aprofundado foi bastante elucidativo. Eu também cheguei a ler tal assunto num livro do Ensino Médio, mas este também falava do assunto de forma superficial, embora com informações complementares ao da revista da Editora Duetto.
De lá para cá, houve muitos avanços com relação aos direitos dos afro descendentes, mas ainda há muito o que fazer. Isso porque só agora, de vinte anos para cá, é que a situação do negro começou a ser discutida e avaliada. Antes disso não era, pois sempre se colocou na cabeça dos brasileiros de que somos uma democracia racial e, por conta disso, nunca se discutiu a situação do negro. Além disso, sempre se defendeu a idéia de que, por conta de não termos um racismo ao modo dos EUA e da África do Sul, nós éramos igualitários, e não racistas, o que não é verdade. No Brasil se vive um racismo velado, que pode ser tão prejudicial quanto o racismo anglo-saxão, justamente por não se admitir sua existência. E foi por conta disso que os direitos dos negros e também dos índios ficou relegado a segundo plano durante décadas e, dessa forma, evitou-se explorar a história pós-abolição. Assim, muita coisa se perdeu e muitos direitos deixaram de ser conquistados. Pior: as vítimas de tudo isso ainda sofrem até hoje. Escrevi este texto não só para chamar a atenção para a omissão histórica em termos gerais, como também por estarmos num momento em que se discutem questões como as cotas e o estatuto da igualdade racial. Para poder discuti-las é preciso que se tenha boa base e a maioria das pessoas – incluindo até mesmo antropólogos e sociólogos – não conhece direito tais histórias ou nunca se interessaHá um detalhe que sempre me intrigou e que, ao mesmo tempo, sempre encarei como uma tremenda injustiça: quase não há material – seja na forma de livros de história, novelas, filmes, minisséries – que conte a história do negro após a abolição da escravatura. Nem nas escolas tal assunto é abordado. Na verdade, poucos livros ou revistas especializadas em história tocam no assunto. A única revista que tocou no assunto de forma um pouco mais complexa foi a História Viva, da Editora Duetto, e mesmo não tendo sido muito aprofundado foi bastante elucidativo. Eu também cheguei a ler tal assunto num livro do Ensino Médio, mas este também falava do assunto de forma superficial, embora com informações complementares ao da revista da Editora Duetto.
Nestas publicações, contavam como foram os primeiros dias do negro liberto, que não foram nada fáceis. Nos últimos anos de escravidão muitos deles, embora felizes com a possibilidade de se tornarem livres, não viam com bons olhos tal situação. Não viam, pois sabiam que ao deixarem de serem escravos não haveria uma estrutura que os transformassem em cidadãos comuns, o que de fato ocorreu. Nesta publicação da Revista História Viva, tal informação era confirmada, pois ali havia o relato de uma futura ex-escrava que temia o dia da Abolição, pois iria ficar na miséria, e por conta disso dizia que este dia seria uns dos piores da vida dela. E, de fato, foi o que ocorreu.
A Abolição fora dada aos ex-escravos não só pela pressão interna, mas pela fortíssima pressão do Império Britânico sobre o governo brasileiro. Até porque, na maioria dos países e colônias pelo mundo, a escravidão já tinha sido abolida há mais de 40 anos em relação a 1888. No que diz respeito a essa situação, o governo imperial até tinha um plano de integração destes futuros cidadãos que viriam a surgir a partir deste dia, que seriam contados não mais como animais ou bens, mas como pessoas ou habitantes deste país, como de fato o eram. Acontece que tal plano do governo fora frustrado, pois no ano seguinte e nos meses que se sucederam à abolição, eclodiu uma crise no governo imperial (na verdade ela se agravou). E acabou se agravando ainda mais, pois o governo, ao dar a abolição, não indenizou os ex-senhores de escravos e estes começaram a “pedir a cabeça” do governo imperial e a tramar pelo seu fim. E foi esse conjunto de fatos que fariam com que no ano seguinte fosse proclamada a República, (fato que completará 120 anos em novembro). Por conta disso, tal plano do governo de integrar os ex-escravos nunca foi adiante.
Os ex-escravos, jurídica e legalmente, deixaram de ser bens e viraram nada. Isso mesmo: nada! Isso porque, inicialmente, não criaram uma estrutura que lhes dessem nome, sobrenome e reconhecimento como cidadãos. Muitos, talvez a maior parte deles, saíram das fazendas por livre e espontânea vontade, enquanto outros, que foram poucos, conseguiram se tornar funcionários das fazendas onde um dia foram escravos, e houve, ainda, situações nas quais eles foram expulsos à bala das fazendas onde haviam sido escravos. A grande maioria não conseguia emprego em lugar nenhum, pois nas fazendas seus ex-senhores não os queriam mais, preferindo contratar imigrantes europeus. E mesmo naquelas onde chegaram a trabalhar com os imigrantes, seriam vítimas das discriminações destes últimos e da futura discriminação racista que passariam a sofrer para valer.
Para piorar as coisas, o novo governo republicano tentou implantar no Brasil as formas de governo racistas implementadas na África do Sul e nos EUA. Mas, felizmente, tal iniciativa não foi adiante e não deu certo entre a população, pois a mesma, desde os tempos da escravidão, sempre conviveu muito bem com os afro descendentes a ponto de senhores e senhoras terem escravos e escravas como amantes, coisa que nos países de origem anglo-saxônica não acontecia, ou seja, houve uma integração e uma miscigenação muito forte naquela época. Mas a conseqüência dessa medida, somada à falta de oportunidades, foi o fato de que o novo governo republicano, temendo que os ex-senhores pleiteassem indenização e principalmente que os ex-escravos pleiteassem direitos de cidadania e igualdades, destruiu todos os relatórios e documentos referentes à escravidão. Para quem não sabe, Ruy Barbosa foi um dos mentores desta sacanagem, pois apagou dados importantíssimos que favoreceriam os afro descendentes.
Uma fama com que os negros ficaram por muito tempo, e que ainda vão levar muitos anos para tirar, mesmo com todas as ações afirmativas, foi a de serem tachados como bandidos. Tal fato ocorre porque, como lhes eram negadas todas as oportunidades de trabalho, boa parte deles era obrigada a roubar para sobreviver e para sustentar suas famílias. Por conta disso, ficaram com tal fama que, atrelada ao racismo, piorou sua situação.
No campo da cultura, enquanto eram escravos, para impedir e evitar rebeliões, os senhores os liberavam para praticarem suas manifestações religiosas e culturais. Foi desta situação que surgiu o sincretismo religioso, onde cada deus africano era identificado com um santo da Igreja Católica. Um exemplo disso é São Jorge, que tem Ogum como deus africano equivalente. Após a instalação do governo republicano, tanto as práticas religiosas como as culturais passaram a ser combatidas ferozmente pela polícia e por alguns setores da Igreja que as encaravam como satanismo (tal como hoje as igrejas comerciais as encaram). Por exemplo, nos primeiros anos pós-abolição a polícia prendia os sambistas, assim como aqueles que praticavam a capoeira na Bahia.
Com relação à moradia e condições de vida, a situação também era das piores. Entre os primeiros habitantes das favelas estão os ex-escravos que, após deixarem as fazendas, foram morar nos cortiços das cidades e depois, com a destruição destes, foram ocupar os morros, sendo os dois primeiros a Providência (de onde veio o termo “favela”) e a Mangueira, ambos no Rio de Janeiro. Assim, viviam sempre em péssimas condições de saúde e saneamento, como ainda hoje.
De lá para cá, houve muitos avanços com relação aos direitos dos afro descendentes, mas ainda há muito o que fazer. Isso porque só agora, de vinte anos para cá, é que a situação do negro começou a ser discutida e avaliada. Antes disso não era, pois sempre se colocou na cabeça dos brasileiros de que somos uma democracia racial e, por conta disso, nunca se discutiu a situação do negro. Além disso, sempre se defendeu a idéia de que, por conta de não termos um racismo ao modo dos EUA e da África do Sul, nós éramos igualitários, e não racistas, o que não é verdade. No Brasil se vive um racismo velado, que pode ser tão prejudicial quanto o racismo anglo-saxão, justamente por não se admitir sua existência. E foi por conta disso que os direitos dos negros e também dos índios ficou relegado a segundo plano durante décadas e, dessa forma, evitou-se explorar a história pós-abolição. Assim, muita coisa se perdeu e muitos direitos deixaram de ser conquistados. Pior: as vítimas de tudo isso ainda sofrem até hoje. Escrevi este texto não só para chamar a atenção para a omissão histórica em termos gerais, como também por estarmos num momento em que se discutem questões como as cotas e o estatuto da igualdade racial. Para poder discuti-las é preciso que se tenha boa base e a maioria das pessoas – incluindo até mesmo antropólogos e sociólogos – não conhece direito tais histórias ou nunca se interessaram por elas, e ainda combatem tais ações muitas vezes sem saber realmente a verdadeira realidade dos fatos. Portanto, escrevo no intuito de que, com o pouco de base que lanço aqui, os leitores interessados façam mais buscas no sentido de aprofundar o debate e de resgatar o que se perdeu em 121 anos de história e, a partir daí, tenham bases para não só discutir, mas também para lutar por direitos e corrigir injustiças históricas. É só!ram por elas, e ainda combatem tais ações muitas vezes sem saber realmente a verdadeira realidade dos fatos. Portanto, escrevo no intuito de que, com o pouco de base que lanço aqui, os leitores interessados façam mais buscas no sentido de aprofundar o debate e de resgatar o que se perdeu em 121 anos de história e, a partir daí, tenham bases para não só discutir, mas também para lutar por direitos e corrigir injustiças históricas. É só!
De lá para cá, houve muitos avanços com relação aos direitos dos afro descendentes, mas ainda há muito o que fazer. Isso porque só agora, de vinte anos para cá, é que a situação do negro começou a ser discutida e avaliada. Antes disso não era, pois sempre se colocou na cabeça dos brasileiros de que somos uma democracia racial e, por conta disso, nunca se discutiu a situação do negro. Além disso, sempre se defendeu a idéia de que, por conta de não termos um racismo ao modo dos EUA e da África do Sul, nós éramos igualitários, e não racistas, o que não é verdade. No Brasil se vive um racismo velado, que pode ser tão prejudicial quanto o racismo anglo-saxão, justamente por não se admitir sua existência. E foi por conta disso que os direitos dos negros e também dos índios ficou relegado a segundo plano durante décadas e, dessa forma, evitou-se explorar a história pós-abolição. Assim, muita coisa se perdeu e muitos direitos deixaram de ser conquistados. Pior: as vítimas de tudo isso ainda sofrem até hoje. Escrevi este texto não só para chamar a atenção para a omissão histórica em termos gerais, como também por estarmos num momento em que se discutem questões como as cotas e o estatuto da igualdade racial. Para poder discuti-las é preciso que se tenha boa base e a maioria das pessoas – incluindo até mesmo antropólogos e sociólogos – não conhece direito tais histórias ou nunca se interessaram por elas, e ainda combatem tais ações muitas vezes sem saber realmente a verdadeira realidade dos fatos. Portanto, escrevo no intuito de que, com o pouco de base que lanço aqui, os leitores interessados façam mais buscas no sentido de aprofundar o debate e de resgatar o que se perdeu em 121 anos de história e, a partir daí, tenham bases para não só discutir, mas também para lutar por direitos e corrigir injustiças históricas. É só!ram por elas, e ainda combatem tais ações muitas vezes sem saber realmente a verdadeira realidade dos fatos. Portanto, escrevo no intuito de que, com o pouco de base que lanço aqui, os leitores interessados façam mais buscas no sentido de aprofundar o debate e de resgatar o que se perdeu em 121 anos de história e, a partir daí, tenham bases para não só discutir, mas também para lutar por direitos e corrigir injustiças históricas. É só!
sábado, 3 de outubro de 2009
Sobre as Olimpiadas de 2016 e nossa consciencia politica
Na boa, eu fiquei muitissimo feliz pelo fato de o Rio sediar as Olimpiadas de 2016. Sei de todos os risco que irão ocorrer até, como superfaturamentos, elefantes brancos, promessas não cumpridas, desde que não aconteça do Rio perder as Olimpiadas por não conseguir fazer a tempo as obras principais, nada disso me impede de apoiar minha cidade. Eu sei de todos os problemas cotidianos que ela tem, mas estaria sendo egoista de não apoiar tal feito, pois foi pensando assim que ela perdeu a capital e muitas outras coisas para outras cidades e empobreceu(em termo é claro). Até a década de 80 o Rio exercia uma forte influencia no pais, muito maior do que hoje. tinha bolsa de valores, uma industria naval forte, turismo e empresas fortes. O aeroporto Tom Jobim era a principal rota do Brasil ao invés Guarulhos, por exemplo. Até a Formula 1 perdemos, e mais hoje quase todas as feiras e exposições importantes não são mais feitas aqui. Sei que os politicos podem perfeitamente fazer as coisas que cobramos do dia-dia, pois sabemos que há dinheiro em caixa e que são obrigação deles, mas os mesmos não interesse nisso e é com tais eventos que eles se vêem obrigados a fazerem tais melhorias, pois são cobrados pelas equipes organizadoras dos eventos e é por isso que eu apoio. Seo Rio não ganhasse as Olímpiadas, tudo estaria como está, ou seja sem investimentos, mesmo com a Copa do Mundo e ainda perderia mercado no turismo, pois os politicos e empresários começariam a encarar o Rio como um prejuizo financeiro. É muito importante ressaltar que o Rio é uma cidade turistica e que tem a maior parte da renda vinda deste ramo, portanto, tais eventos fomentam o turismo na cidade, e geram empregos. O Rio, queira ou não, é uma cidade turistica e não pode só ficar dependendo de belezas naturais para se promover. Nos ja perdemos muito deste mercado para outros estados e até para outros paises e não podemos continuar perdendo e tal mercado é vital para o Rio. Quem pensa que o Rio não pode receber tais eventos pensa pequeno, pois quanto menos eventos como esse, mais a cidade perde importancia e dinheiro. È claro que não é só com estes eventos que a vida dos cariocas e fluminenses vai mudar, até porquê uma cidade, estado ou pais só crescem se forem investir em obras de infra-estrutura, saude e principalmente em educação e qualificação da população. Sei que os problemas do Brasil são até simples de serem resolvidos, isso analisando do ponto de vista prático, no que se refere a educação, emprego, violência e etc, mas enquanto a população não fizer justiça com suas próprias mãos e não deixar de ser corrupta, tais problemas dificilmente se resolverão. Todo mundo fala dos politicos mais acontece que eles são reflexo do que o povo é. O povo brasileiro é corrupto e creio que a maioria das pessoas que malham, e mesmo as que não malham os politicos se estivessem la estariam fazendo a mesma coisa ou até pior. È só ver como maioria das pessoas agem no dia-dia e ainda são truculentas na sua maneira de ser. E ainda tem uma situação pior: o individualismo. Cada um pensa no seu e não pensa de forma coletiva, paga seus impostos, reclama, mas não vai cobrar. Sei que o que vou falar pode ser contraditório, mas eu fiquei muito feliz com o que aconteceu duas vezes ano passado no Pará. Nas eleições para prefeito de uma cidadezinha de lá ,as urnas eletrônicas comoeçaram a gerar dados falsos na tela e sabe o que a população fez? Destruiu todas as urnas do municipio. Resultado, tiveram que refazer a eleição e acertar o software da urna. Ja na cidade de Inóia, deste mesmo estado, o prefeito não pagou o salario do funcionalismo. Sabe o que os servidores publicos fizeram? Quebraram casa do prefeito toda e por pouco só o não lincharam porque ele fugiu a tempo se não estaria morto. Sinceramento, gostaria muito que situações como essa se repetissem em todo Brasil, pois tenho certesa que desta forma o Brasil ia tomar jeito ja que no voto tal situação não acontece, pois além da população ser corrupta e não saber votar, essas urnas eletrônicas não são de confiança, pois suas transmissões de dados são via disquete e não on-line como são os validadores de onibus e maquinas de cartão de crédito e não há sistemas de certificação como cartões de smartcard ou similares como ha nos equipamentos que citei, ou seja, são extremamente fraudulentas. E mais, mesmo tendo uma impressora dentro dela, ela não pode gerar recibo de voto para o eleitor por causa de trambique juridico feito pelos ministros do Supremo como o Congresso Nacional. Para se ter uma idéia nem os EUA e nem o Japão usam urnas eletrônicas. A ultima eleição para primeiro ministo do Japão foi em urna manual. Se nesses dois paises que dominam a alta tecnologia da informação de ponta eles ainda usam urna manual porque que eu tenho de confiar na urna eletrônica daqui? Enquanto o povo for corrupto, não saber votar e não cobara seus direitos, o Brasil nunca será uma potencia. E só!
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Obituario das três empresas com concesões prestes a serem cassadas feito pelo site O Kylocyclo
Terça-feira, 29 de Setembro de 2009
OBITUÁRIO
Ocidental volta hoje
Justiça libera frota cassada
Parte da frota da Ocidental já pode voltar a rodar. Decisão ontem da juíza Márcia Cunha, da 2ª Vara Empresarial, liberou 40 veículos. A viação é uma das três cujas linhas foram cassadas pela prefeitura. Alguns coletivos, porém, só puderam circular por algumas horas, já que o licenciamento de 13 ônibus vence hoje. Os outros 27 poderão ser usados até 1º de dezembro, de acordo com a placa. Se a viação mantiver ônibus em mau estado na rua, será multada em R$ 300 mil por dia.
Fonte: O Dia
Vamos ver atá quando tal situação persiste. Será que ela ainda tem jeito? Vamos ver!
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